Curta nossa página


Memória

Quando o Amor Vira Constelação

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

O crepúsculo caiu como véu de veludo sobre o dia,
e em minha mente, dançavam ventos de lembranças inquietas.
Minha essência, como cristal trincado, parecia se desfazer em silêncio,
e o coração, esse relicário de emoções, pulsava com presságios invisíveis.

Não contive o rio dos olhos ele correu livre,
como se o céu chorasse comigo em tempestade de saudade.
Ergui o olhar ao infinito e roguei ao Criador
que soprasse alívio sobre o jardim sombrio do meu peito.

A ausência tua era como perfume que insiste em permanecer,
mesmo quando a flor já partiu.
E nessa ausência, fiz prece com voz de alma,
pedindo que a dor se transformasse em brisa.

As nuvens, antes densas como véus de luto,
cederam espaço às estrelas
pequenos faróis que me guiavam ao teu rastro no firmamento.
A lua, tímida, surgiu entre as copas distantes,
e com ela, veio o acalanto que embalou meu coração fatigado.

Deixei que a música tocasse minha memória,
cada nota como carícia no rosto da saudade.
Abri o relicário dos versos que te escrevi,
e percebi, enfim, que não eram apenas palavras
eram fragmentos teus,
pois tu és o próprio poema,
e o céu inteiro, bordado de luz,
é tua morada eterna.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2025 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.