Quando um bebê sorri e estende suas mãozinhas, é porque se sente seguro

Confiança… palavra que tem origem no verbo “confidere”, em latim. Significa acreditar piamente, ter fé…

Bem, já definimos de onde vem a palavra Confiança, um dos pilares que sustentam a Vida em Sociedade. Mas como isso se aplica em nosso dia a dia? Afinal, como já se disse anteriormente, Confiança não se impõe, se conquista. E como fazemos isso? Boa pergunta, não é mesmo?…

Podemos dizer que, em sua essência, Confiança é bem mais que ter fé em algo ou alguém… na verdade ter Confiança é, antes de tudo, ter a capacidade de prever o comportamento da outra pessoa. É algo tão forte, que não há lugar para dúvidas. Você confia em alguém porque tem certeza de que este fará exatamente aquilo que foi combinado, como se fosse você a fazer. É uma ação que não abre margem para negociações, porque seja lá o que for, será realizado…

Na Sociedade a Confiança é um dos Pilares mais presentes, mesmo porque é ela a porta para a união dos membros de qualquer grupo. Se estes não confiarem uns nos outros, simplesmente o grupo deixará de existir. Porque, em determinadas situações, você entrega sua própria integridade física nas mãos de outra pessoa, pois tem certeza de que esta te protegerá…

Confiar em alguém significa, antes de mais nada, que você acredita na sinceridade deste. E este sentimento está presente em nossas vidas desde nossa mais tenra infância. A Confiança é algo intuitivo… você se sente segura para se entregar nas mãos de outrem. Quando um bebê sorri para seus genitores, estendendo-lhes suas mãozinhas, é porque ele se sente seguro e protegido por estes. Ele sabe que seus pais o protegerão de todo e qualquer perigo. Não tem nenhuma outra garantia além de sua fé em seus pais. Mas sua fé é tanta que não concebe outra situação além daquela em que eles o protegerão…

Quando na infância, onde você se reúne com outras crianças da mesma faixa de idade, não raro parte para brincadeiras um tanto perigosas. Mas porque você e seus amiguinhos seguem essa trilha? Simples… porque confiam uns nos outros e tem certeza de que nada poderá machucá-los. Porque a certeza de que todos se protegerão é uma força inabalável. É como aquela frase usada pelos “Três Mosqueteiros”… um por todos e todos por um…

Sim, essa é a essência da Confiança. Você tem fé de que será protegida por seu grupo e seu grupo sabe que você o apoiará quando necessário. É uma relação “ganha-ganha”, porque não existe, para você ou para seus pares, outra forma de agir que não seja essa. Ou seja, não há espaço para negociação de qualquer tipo, pois você sabe que tal não é necessário… todos cumprirão religiosamente aquilo que deles é esperado…

Em verdade, quando se é necessário negociar o que quer que seja, isso significa apenas uma coisa… falta nesse grupo aquele elo forte que deveria uni-los… a confiança uns nos outros, a fé de que aquilo que foi acordado será cumprido. E… olha só… se tal aconteceu, é porque um dos lados quebrou, por várias vezes, a palavra empenhada…

Por mais democrática que possa parecer, uma negociação nunca é feita por haver confiança. Na verdade, é exatamente o contrário. Afinal, ambos os lados tem que oferecer algo que o outro queira, e abrir mão de coisas que considera imprescindíveis, mas que naquele momento não são possíveis de alcançar…

Isso ocorre em todo tipo de ligação social. Na família, em um casamento, no trabalho, na escola… não importa onde ocorra, se houver necessidade de se negociar o que quer que seja, isso significa que, se tal atitude não for tomada, um dos membros do grupo em questão irá perder… Se não os dois…

Imaginemos um casal. Ambos trabalham fora, ficam afastados um do outro no mínimo dez horas por dia. Se veem rapidamente a noite, conversam sobre amenidades. Chega um momento em que acabam por se desconectar. A Confiança, que existia no inicio da união está seriamente abalada. Será que eles conseguem fazer qualquer coisa que desejem, sem passar pela negociação? Muito provavelmente, não. E por que? Bem, cada um dos cônjuges tem sua própria vida, que não necessariamente coincide com a de seu parceiro. Cada um tem suas ideias sobre como levar a vida. E muitas vezes tais ideias não coincidem. Vamos a um exemplo prático…

Um final de semana prolongado se aproxima e o casal planeja fazer uma viagem para relaxar, desanuviar a cabeça, como se diz. Porque a rotina diária é pesada para os dois. Bem, são casados e logicamente viajarão juntos. Mas, porém, entretanto e contudo…

A esposa adora o litoral e deseja passar seus dias de descanso à beira da praia, tomado sol e se deliciando entre as ondas do mar. O marido ama a Natureza… sua diversão favorita, seu passeio ideal é entre as montanhas, respirando o ar puro com o perfume da vegetação à sua volta, o canto dos pássaros …

Um adora a praia, o outro prefere a solidão entre as folhagens de uma floresta. Se não conversarem entre si para decidirem o destino que tomarão em seu recesso, há o perigo de acabarem não indo para canto nenhum, visto que suas preferências são tão díspares… e o que significa isso? Que, se necessitam negociar algo tão banal quanto um final de semana, sua ligação não é assim tão forte…

Isso não significa, de forma alguma, que esse suposto casal está caminhando para uma futura separação. Pode até acontecer, mas há outros fatores que acabam por fazer cada um tomar seu rumo. Não é o caso do exemplo. Apesar de necessitarem negociar algumas coisas, em outra se entendem a mil maravilhas. E isso é importante… e saudável para a relação dos dois…

A Confiança guia nossos passos em toda nossa caminhada. Afinal, se não fosse ela, provavelmente estaríamos perdidos no Caos…

Sigamos em frente, sempre confiantes não só em nossos semelhantes como também em nossa força interior. Pois enquanto houver Confiança, aliada ao Respeito, podemos ficar tranquilas, pois tudo caminhará suavemente, nos permitindo viver entre as nuvens… pois confiamos que estas não nos deixarão cair…