Feliz Ano Novo!
Que 2026 chegue que nem beijo no cangote
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Para 2026, meus desejos não são grandiosos. Desejo um amor sossegado, desses que não apertam nem cobram, que caminham ao lado em silêncio confortável. Um amor que entende pausas, respeita cansaços e celebra a permanência. Desejo também um sucesso planejado, construído com calma, sem atropelos, com os pés no chão e o coração atento ao que realmente importa.
Desejo amizades verdadeiras, livres de cobranças, disputas ou expectativas excessivas. Amizades que saibam estar, que aceitem ausências, que compreendam os tempos de cada um. Amizades que não pesem, que acolham.
Desejo trabalho. Não por fetiche da produtividade, mas porque Marx já dizia que o trabalho ocupa um lugar central na vida das pessoas. Então, que ele seja fonte de dignidade, de sentido e de realização. Que jamais adoeça. Que gere saúde, e não exaustão. Que os direitos trabalhistas sejam cada vez mais respeitados, porque não há justiça possível onde o trabalho é exploração, nem futuro digno onde o trabalhador é descartável.
Desejo também o descanso merecido. O direito de parar sem culpa. O ócio como parte da vida, não como privilégio. E um carnaval abençoado, desses que renovam a alegria, o corpo e o espírito. Que a gente saiba reconhecer e respeitar os próprios limites, entendendo que eles não nos diminuem, mas nos protegem.
Desejo, ainda, um ano eleitoral com menos estresse, embora eu saiba o quanto isso é difícil. Que a gente não permita que fake news, manipulações ou mesmo a tecnologia roubem o nosso pleno direito de escolha. Que saibamos distinguir o que é real e o que é IA, o que é informação e o que é armadilha. Que o voto continue sendo expressão consciente, livre e responsável.
Desejo que consigamos votar em pessoas melhores. Que haja renovação no Congresso, sim, mas também renovação da nossa coragem, da nossa lucidez e da nossa alegria. Que não percamos a capacidade de sonhar, de discordar, de participar. Que a política não nos adoeça, mas nos convoque.
E que 2026 também venha em clima de Copa. Que seja um ano vitorioso para a nossa seleção, não apenas no placar, mas naquilo que ela representa quando o país para, se reconhece e torce junto. Que a bola rolando nos lembre da alegria simples, do abraço no gol, da emoção compartilhada com desconhecidos que viram irmãos por noventa minutos. E que essa vitória transborde para a vida de cada brasileiro: que a gente consiga driblar as dificuldades, fazer gols possíveis, comemorar pequenas conquistas e seguir em frente, com esperança, jogo limpo e vontade de vencer dentro e fora de campo.
Enfim, para 2026, desejo muita democracia. Daquelas vividas no cotidiano, nas relações, no trabalho, no descanso, no amor e nas escolhas. Democracia como prática diária de cuidado, respeito e esperança.
Feliz 2026.