Maturidade
Que o Desencontro Seja a Nossa Paz
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Há despedidas que não precisam de portas batendo, discursos inflamados ou silêncios dramáticos. Há separações que se constroem devagar, como quem entende que a vida às vezes nos leva para lados tão distintos que insistir no encontro seria quase um crime contra nós mesmos.
E, por isso, nós aprendemos a desejar o desencontro. Não por ódio, não por mágoa, não por vingança, mas por paz.
Desejamos que certos caminhos nunca mais se cruzem, que certas esquinas permaneçam vazias, que certos horários nunca coincidam. Não porque carregamos rancor, mas porque finalmente entendemos o valor de nos preservar. Há pessoas com quem a convivência virou ferida, e o simples encontro poderia reabrir cicatrizes que já custaram demais para fechar.
Nós oramos, sim, pelo desencontro. E não há ironia nisso, há maturidade.
Que cada um siga seu rumo, seu tempo, sua história, seu chamado. Que nunca mais precisemos ocupar o mesmo lugar, no mesmo dia, na mesma hora, porque sabemos que certos reencontros não trazem nada de novo, apenas repetem as dores antigas.
E que assim seja. Que o universo siga separando o que não precisa mais se tocar. Que a vida continue colocando oceanos entre aquilo que um dia quase nos afogou.
E que possamos caminhar com a tranquilidade de quem finalmente aprendeu que preservar a própria paz também é uma oração.
Amém.