Paraíba
Queda do desemprego gera um cenário histórico
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No dia-a-dia, nas ruas de Campina Grande, João Pessoa ou nas pequenas cidades do interior da Paraíba, a sensação de quem busca trabalho parece finalmente encontrar ecos nos números oficiais. Depois de anos de instabilidade no mercado, o estado registra uma marca inédita: a taxa de desemprego mais baixa já vista, desde que começaram os levantamentos que permitem acompanhar esses indicadores.
Para quem viveu momentos de apreensão, em que o sustento da casa dependia de jornadas informais ou de viagens até centros maiores em busca de uma vaga, a mudança representa mais que estatísticas. “Hoje eu vejo meu filho trabalhando com carteira assinada, não depende só de bico ou de hora extra”, conta dona Luísa, moradora de uma comunidade no Sertão. “É uma tranquilidade que a gente não sentia há muito tempo.”
A Paraíba já carregou o peso da crise econômica que abalou o Brasil nos últimos anos. A crise sanitária da pandemia, os sucessivos períodos de inflação alta, oscilações no emprego informal, dificuldades no agronegócio e nos serviços — tudo isso fez com que muita gente deixasse de acreditar que um dia o trabalho estável voltaria a ser acessível.
Agora, uma série de fatores tem impulsionado a retomada. Projetos públicos e privados de geração de emprego, obras de infraestrutura, incentivo a serviços locais, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL e maior oferta de serviços que demandam mão de obra — tudo isso contribui para transformar oportunidades antes remotas em realidade cotidiana para muitos paraibanos.
Nas periferias das cidades, no comércio local, em oficinas mecânicas, em salões de beleza, até no pequeno agricultor que passa a contar com feiras ou mercados mais próximos para vender seus produtos — os sinais são visíveis de que a queda no desemprego tem reflexos diretos.
Há quem comemore a volta de certa dignidade: contratos mais formais, pagamento de férias, registro em carteira, acesso ao benefício de aposentadoria no futuro. Tudo isso muda como as famílias enxergam o presente e planejam o futuro.
Apesar do cenário mais favorável, ainda há fragilidades. Para muitos trabalhadores, o emprego continua sendo informal, sem benefícios ou estabilidade. Mesmo com a taxa de desocupação menor, encontrar vagas qualificadas, com bons salários, perto de casa, ainda é um desafio.
Também existe a preocupação de que a queda no desemprego não seja resultado apenas de fenômenos sazonais ou passageiros. A sustentação desse quadro depende de políticas públicas consistentes, investimento em educação, em infraestrutura, apoio às pequenas economias locais e na melhoria de acesso — especialmente para quem mora nos municípios mais remotos.
Para o governo estadual, órgãos públicos e organizações da sociedade civil, esse momento é de grande importância estratégica. A melhora dos indicadores cria uma janela de oportunidade para avançar em outras áreas: saúde, educação, transporte, segurança. Quando as pessoas estão mais seguras economicamente, tendem a exigir mais direitos, participar mais da vida pública, perder menos tempo em urgências e necessidades básicas, e ganhar mais capacidade de sonhar.