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Almeidinha e o casaco

Quem insinua, mas não pede, fica com frio

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Não sei se você já leu alguma história que escrevi sobre o meu grande amigo Almeidinha, que provavelmente está entre as pessoas mais toscas que conheço. Extremamente bruto, mas também é um ser de uma bondade enorme e, talvez por isso mesmo, a minha mulher (a Dona Irene) e eu tenhamos verdadeira paixão por ele. Mas vamos logo aos fatos desse acontecido há alguns anos, quando a Dona Irene quis apresentar uma amiga, a Isadora, para o Almeidinha, já que os dois estavam com o coração solitário na época.

Pois bem, lá estávamos os quatro numa mesa de um famoso bar em Copacabana, assistindo a mais um show do grande cantor Lindy Naldo, cuja voz convida para o amor. A Dona Irene e eu de um lado da mesa, a Isadora e o Almeidinha do outro. Até mesmo o tempo, especialmente frio naquela ocasião, algo raro na Cidade Maravilhosa, parecia perfeito para que os dois pombinhos solitários juntassem os bicos e, até mesmo, engatassem um romance.

A Isadora, talvez ansiosa por aquela ocasião tão especial, acabou se esquecendo de levar um casaco, ao contrário de nós três. Ela, então, em certo momento, trocou algumas palavras com o Almeidinha.

– Puxa, está tão gelado hoje.

– Não estou com frio! – respondeu o Almeidinha, que estava com um casaco bem acolchoado.

A Dona Irene e eu, obviamente, nos olhamos espantados com a resposta do Almeidinha, que, nem sequer, ofereceu o seu casado para a Isadora. Esta, em seguida, se levantou e foi ao banheiro. A minha esposa, por sua vez, travou essa conversa com o Almeidinha.

– Por que você não deu o seu casaco pra Isadora?

-Ué, ela não me pediu!

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