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A menina e o velho

Quem não tem cão (nem internet) chuta ratos

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Irene Araújo

A menina era tão aficionada pelo avô, que chegava a largar o aparelho celular por alguns instantes, enquanto o velho contava infinitas histórias sobre os tempos antigos. E, de tão antigos, ela chegava a duvidar, por um momento, que esses idos realmente pudessem ter existido.

No entanto, isso não era motivo para que ela não continuasse mantendo aqueles olhos enormes fascinados pelo dono daquele rosto incrivelmente enrugado.

De todas modernidades daquele tempo tão distante, o velho enaltecia o rádio. Pois é, o rádio! Era justamente através dele que as notícias chegavam. Ouvidos de todas as classes sociais grudados naquela caixinha falante.

A menina tentava imaginar o cenário, mas não conseguia entender como é que todos sobreviviam sem os avanços tecnológicos dos últimos anos.

– Vô, mas como é que as pessoas conseguiam viver sem internet? Vocês não sentiam falta?

– Que nada! Era uma vida muito boa! A gente saía chutando ratos pelas ruas.

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