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Retrospectivas - Continuação

Rastros Metalinguísticos

Publicado

Autor/Imagem:
Edna Domenica - Foto Acervo da Autora

Tendo publicado, em 09/12/2025, sobre abordar aspectos temáticos considerados sombrios em “O Javali, o Galo e a Cobra” e, em 10/12/2025, sobre “O Foco no momento presente” como ressignificação e encontro, prossigo nas retrospectivas de 2025, perseguindo rastros metalinguísticos das minhas publicações no Café Literário Notibras.

Publicado em 04/06/2025, o poema “Algoritmos de Sangue” traz o momento poético como um estado de introspecção expresso na concretude da palavra:

“Fico e me fito
Tento contato comigo
– Ébrio? Sóbrio?
Se esquecer adjetivos pelos cantos,
Os substantivos serão cantos?

Publicado em 12/11/2025, o poema “Talvez” refere à recepção da poesia pelo leitor:

“Talvez a lira soando,
em plenitude ressoando,
tanja em tuas cordas
notas-fantasia
acordes-sonhos
arpejos-ideais
Toque, em ti, divina melodia
arranjo-realidade.

Em “A Sina dos Saltimbancos”, publicado em 15/11/2025, revelo meu ponto de vista sobre a relação entre escritora e leitores:

“Quando escrevemos, nos misturamos a outros universos momentaneamente. Finda a criação, voltamos para nossas casas. E, se dela saímos, nos confrontamos com o mundo externo que pode ser chamado precipitadamente de realidade.

Vida de escritora é exercício de entrar no casulo e dele sair para dar à luz algo sombrio ou solar, mas sempre a iluminar idiossincrasias leitoras. Explico: eu escrevo o que posso, e você lê conforme se permite. Entre nós há um ruído que é o mundo que acontece fora dos nossos casulos.”

Outra empreita metalinguística é o livro a ser lançado brevemente: Rapsódia da Rua da Mooca que traz em seu título uma referência ao gênero textual praticado.

Trata-se de uma única história contada sob vários gêneros literários: dramático e crônica com Edna Domenica Merola; roteiro cinematográfico com Gilberto Motta; romance policial com Eduardo Martínez; a narrativa com apelo visual de Rosilene Souza e a calcada na linguagem oral por Marlene Xavier Nobre. Ao usar fragmentos de textos já publicados pelos autores, revela elementos do campo da experimentação literária formal e estrutural. Nas palavras de Cecilia Baumann: “Cada página dessa rapsódia é um convite ao riso, à reflexão, à indignação bem-humorada, aquela que só os bons escritores sabem provocar.”

………………………

Sobre a autora (Depoimento autobiográfico):
No meu quintal, tem “um comboio de cordas que se chama coração”. Tem “um porquinho da Índia” … Tem todos os livros do Jorge Amado. No meu quintal, tem muros altos como burgos que fazem caretas para fascistas. Muros que acenam às andarilhas de luto à procura da irmandade livre de amarras servis. Já que: “Fora da ficção não há salvação!” – Livrus, versículo zero.

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