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Redes sociais provocam estragos nas ondas cerebrais

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Bartô Granja, Edição

O advento de redes sociais como Facebook, Instagram, YouTube, Twitter e outras aumentou a conexão e a interação entre as pessoas em escala planetária. Estima-se que hoje cerca de 2,5 bilhões de pessoas participem dessas redes, segundo pesquisa realizada pelo grupo Statistics. Sem dúvida, a tecnologia provocou uma disruptura de grandes proporções na forma de nos relacionar com os outros e, também, no nosso modo de vida.

Tudo aparentemente muito bom, mas nem tudo. O economista e empreendedor com foco em inovação e tecnologias disruptivas Arie Halpern chama a atenção para um fenômeno que tem sido apontado pelos estudiosos das redes: elas agem como estimuladores sobre o cérebro, podem ser viciantes e o excesso de interação pode afetar nossa saúde mental.

Pesquisa recente realizada no Reino Unido pela Royal Society for Public Health, instituição de saúde pública, em parceria com o Young Health Movement, concluiu que as redes sociais podem ser consideradas mais viciantes do que o álcool e o cigarro. A pesquisa constatou, também, que esse vício afeta principalmente adolescentes e jovens adultos. Os 1500 participantes entrevistados para o estudo têm entre 14 e 24 anos, parcela da população que mais usa as redes sociais. Nesse grupo populacional, as taxas de ansiedade e depressão aumentaram 70% nos últimos 25 anos.

Em entrevista ao jornal “The Guardian”, Shirley Cramer, chefe-executiva do Royal Society for Public Health, defende a ideia de que a sociedade deve exigir dessas empresas medidas para minimizar os impactos negativos na saúde mental dos usuários. Para ela, as redes deveriam criar alertas para quando usuários passarem muito tempo online, ou quando eles se depararem com fotos manipuladas digitalmente, já que essas criam uma falsa percepção do corpo humano. “As ferramentas e os recursos à disposição das empresas de tecnologia devem ser usados também para prevenir os efeitos colaterais dos serviços e produtos que colocam à disposição do público”, diz Halpern.

O tema foi objeto também de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos em 2014 com o objetivo de verificar a relação entre sintomas como depressão e ansiedade e o uso de diferentes redes sociais. Foram analisados os efeitos de 11 redes diferentes. Constatou-se que aqueles que usavam sete ou mais plataformas diferentes tinham o triplo de chances de apresentar sintomas de depressão ou ansiedade.

Não se deve concluir, desses estudos, que as redes sociais são as vilãs do mundo contemporâneo. Como esclarece Brian A. Primack, diretor do Centro de Mídia, Tecnologia e Saúde da Universidade de Pittsburgh, a pesquisa não estabelece uma relação de causa e efeito. Em todo caso, ressalta Halpern, “é preciso aprofundar os estudos para que se possa compreender melhor a relação entre os dois fenômenos”. Além disso, diz ele, é importante a educação das crianças e jovens os prepare melhor para lidar com essas plataformas, tanto para tirar melhor proveito delas, como para se precaver contra os riscos que elas representam.

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