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Fake news divinas

Rei da lambança geral será o primeiro a ser esquecido

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto Fábio Rodrigues Pozzebom

Apesar da vontade canina de encerrar o assunto sobre a barbárie produzida pela seita terrorista denominada bolsonarismo, a lembrança da insensibilidade, burrice, imbecilidade, vandalismo, estupidez e banditismo que resultou na criminosa depredação de três símbolos marcantes da República é um impeditivo para o esquecimento. O cenário de histeria observado no último domingo define bem os perfis dos brasileiros do pós-desgoverno de Jair Messias. De um lado, os idiotas fantasiados de patriotas que se acham acima do bem e do mal. De outro, os que querem recuperar o poder brasileiro de voltar a ser respeitado internacionalmente.

Há ainda um terceiro e quarto lados. Um deles – o mais terrível -, é composto pelos ricos que se autoavaliam como donos do mundo e os empresários que se acham donos da terra, do tipo senhores de engenho. O outro – mais demoníaco – é formado pelos mercadores da fé, os pastores evangélicos que, preocupados com o empoderamento dos pobres, temem perder o dízimo conseguido com fakes news divinas. Por fim, temos aqueles sem perfil algum. Como diz uma querida amiga da infância sem bens, mas corajosa, são os mal amados, solitários, sem engajamento social e amor próprio, fúteis e, o que é pior, sem perspectivas religiosas, políticas e familiares.

O fim desse grupo marcado por ferraduras tenentistas está próximo. Como o mestre e seus principais “discípulos”, tendem a se tornar zumbis sem ordem e sem progresso. Em outras palavras, brevemente talvez não consigam sequer se imaginarem heróis deles mesmos. Como super heróis, defecam sobre a República, mas acabam todos borrados com medo de se atolarem na bosta mal cheirosa que produzem. O objetivo era nos obrigar a beijar a mão de quem governa sob as orações dos acionistas de Deus. Não conseguiram e não conseguirão. Também queriam corromper os democratas e levá-los a consumir produtos ou serviços de tubarões ideologicamente vinculados a tiranos.

O Brasil não tem dono. Ele é de todos, inclusive dos boçais que querem destruí-lo. Acabou o tempo da farda e do fuzil que tanto amedrontou o povo ordeiro e trabalhador. Do reinado do ódio e da lambança, o rei será o primeiro a ser esquecido. Quanto aos súditos que aderiram às teorias talibãs, tentemos entender a anormalidade dos que teimam em não aceitar como normal a escolha alheia. Como o tempo é o senhor da razão, imediatamente após a barbárie veio a resposta da democracia. O coração da República foi apunhalado de frente, de lado e por trás. No entanto, graças aos homens e mulheres de bem, os órgãos vitais à democracia pulsam fortes.

O resumo da ópera é que a paz, a união, a esperança e o progresso deverão triunfar contra a turba de terroristas. O trabalho será intenso, mas, no fim, a chaga da ignorância e o monstro do egoísmo serão vencidos. A paz na consciência é o melhor travesseiro para o sono da tranquilidade. E é essa paz que os talibãs bolsonaristas jamais terão. Venderam a alma a um mito de história em quadrinho e, por isso, sabem que seus protestos não os levarão a lugar algum. Está escrito que os golpistas passarão e a ordem prevalecerá. Provavelmente, eles terminarão seus dias como ervas parasitárias do cerrado, principal bioma de Brasília, ou como dengues mal curadas do charco gerado pelo uso diário dos banheiros químicos dos já desfeitos acampamentos terroristas.

Aliás, vale registrar que os vândalos que reclamaram das dependências da Polícia Federal ou da Polícia Civil de Brasília são os mesmos que passaram mais de 60 dias acampados em frente a quartéis, mijando em banheiros químicos e comendo marmitas de procedência duvidosa. Como disse o humorista, roteirista e carnavalesco Marcelo Adnet, no fim das contas, o bolsonarismo é sobre isso: “defecar no Portinari, esfaquear Di Cavalcanti, rezar para pneus, pedir ajuda a ETs, xingar e bater em jornalistas, oferecer cloroquina para emas, boicotar vacinação e idolatrar torturador. Tudo isso, claro, em nome de Deus”.

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