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Ator sem Oscar

Reprovado no teste para ator, Bolsonaro terá de curar loucura na Papuda

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Autor/Imagem:
Misael Igreja - Foto de Arquivo

Exemplo fajuto de criador de factóides do tipo faça o que eu digo, mas sempre negue quando fizer o que eu faço, o arremedo de político que chegou à Presidência da República está de volta às origens: a estultice da infância sem amigos. Mentiroso por convicção, Jair Bolsonaro passou o fim de semana tentando dar voz a novos personagens. Falhou em todas as tentativas, isto é, não convenceu a banca formada por experientes magistrados, astutos policiais federais e o povo que pelo menos consegue imaginar o que são 27 anos e três meses vendo o sol nascer quadrado.

Como curioso, ele não passou do estágio probatório. Como de louco todos temos um pouco, o pouco dele representou o nada para quem estava de fora. Com o desconto normalmente dado aos com grau de inteligência comprovadamente questionável, Jair alcançou o posto de estagiário do auxiliar de soldador, aquele que solda a grade com a cabeça do outro lado. Mesmo afeito à lógica e às coisas mais palpáveis, não afasto a possibilidade de o nosso tresloucado ex-presidente ter ouvido vozes saindo da tornozeleira eletrônica. Ouviu e não as calou. Por isso, o soldador fajuto será obrigado a curar suas neuras na Papuda.

Como dizem os craques da tecnologia mais avançada, cada um tem a Alexa que merece. A dele fala com os filhos do moço e marca hora para o início da fuga. Ao contrário do que afirma a defesa do réu, o plano não era imaginário, tampouco especulativo. Não brotou, o clã chorou, o povo vibrou e, finalmente, o Brasil se livrou do maior ilusionista político de sua história recente. De qualquer maneira, vale elogiar o fascista Jair Messias pela belíssima atuação como demente, despirocado, decrépito e coitadinho.

Fascismo não combina com loucura ou demência. Por isso, com louvor, talvez Xandão possa pensar no mito que virou mico para a lista de concorrentes ao Oscar de melhor ator. Fora isso, fica o registro público de que Jair não é a pessoa mais indicada para executar planos mirabolantes elaborados por 01, 02 e 04, eventualmente com o apoio velado e desinteligente de 03, também conhecido por seu show pirotécnico como fritador de hambúrguer nos Estados Unidos. É o triste fim de um extremista cego, sem criatividade e teratologicamente apoiado por uma elite igualmente apodrecida.

Ao contrário do idealista e patriota Policarpo Quaresma, que morreu por causa de seus ideais, o ocaso público do alucinado Jair vem ocorrendo exclusivamente por conta de sua ganância pelo poder. Essa mesma ganância eleitoral o elevou à condição de doidão, o tipo que não rasga dinheiro, admite que tentou enganar a lei, que já fugiu para a Flórida e que focou na Embaixada da Hungria como rota de fuga. Fez o que fez e agora, como todo líder de facção, terá tempo de sobra para, quem sabe, escrever um livro sobre desmemória. Curioso é que, caso ele fique mesmo pela Papuda, estará justificada a recente manchete de um jornal brasiliense: Chefes do crime isolados na capital. São 76 presos de altíssima periculosidade. Haja preocupação para o governo do DF

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Misael Igreja é analista de Notibras para assuntos políticos, econômicos e sociais

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