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Chama viva

Respeitem o presidente da Oposição. E respeitaram

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Eduardo Sérgio Hermano Balduíno

Tive memoráveis momentos, como repórter, com dr.Ulysses, que faria 100 anos hoje. O mais marcante foi na Bahia, quando eu trabalhava no bom e saudoso Jornal da Bahia – “Não deixe esta chama se apagar”. 1978. Dr. Ulysses foi na convenção do MDB, que lançava a anti-candidatura de Rômulo Almeida ao Senado. Campo Grande totalmente cercado pelas forças policiais e pelos cachorros da polícia baiana do governador Roberto Santos.

Soldados com baionetas armadas formavam barreira para impedir dr. Ulysses e comitiva chegarem à sede do MDB. Mas, não o barraram. Eu estava do lado dele quando dr.Ulysses afastou com a mão a baioneta de um soldado de bradou a manchete dos jornais de todo o país no dia seguinte: “Respeite o presidente da Oposição”.

A sede do MDB baiano era pequena, no segundo andar, e o evento seria interno. Dr. Ulysses, então, pediu que colocassem as caixas de som nas janelas, voltadas para a rua. Em seu discurso, desafiou a polícia: “Graças à sua estupidez, vocês transformaram um evento local em um grande evento nacional”, exclamou dr. Ulysses em cima de uma mesa também na janela, falando para a rua.

Encerrada a convenção, saiu liderando passeata até o Teatro Castro Alves. Todos nós cercados bem de perto pela polícia e seus cães. Eles não ousaram atacar. Afinal, quem estava ali era Ulysses Guimarães.

O jornalista Luiz Gutemberg fez, na minha opinião, a melhor biografia do dr. Ulysses, no livro “Moisés codinome Ulysses Guimarães”, lançado logo após o seu desaparecimento no litoral fluminense. Recomendo a leitura.

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