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Resultados pífios e a má gestão jogam nuvens negras sobre BRB, diz sindicato

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Ao contrário do que anunciou a diretoria do Banco de Brasília, na quinta-feira, 27, o BRB não teve nenhum resultado financeiro no primeiro semestre capaz de merecer aplausos. Essa a opinião do Sindicato dos Bancários do Distrito Federal, ao comentar o balanço da instituição referente ao primeiro semestre, que fez surgir nuvens negras sobre o banco.

– Infelizmente, o banco continua exibindo uma trajetória de resultados pífios que andam na contramão do sistema financeiro. O lucro apontado de R$ 31,278 milhões representa na realidade uma queda vertiginosa de 62,2% quando comparado a igual período de 2014. Com este resultado, o BRB apresentou uma rentabilidade anualizada de 6,65%, disparou o dirigente sindical Ronaldo Lustosa.

“Mais uma vez vemos um resultado que destoa do sistema como um todo. Embora estejamos em meio a uma crise econômica que derrubou o PIB, o sistema financeiro apresentou crescimento robusto, muito fruto de operações de tesouraria estimuladas pelas altas taxas de juros. Porém, o BRB, mais uma vez, apresenta retração em seu lucro líquido, colocando em xeque as iniciativas da atual gestão, que até agora não conseguiram apontar uma rota diferente do que acontece desde 2012”, enfatizou Lustosa.

Segundo o líder classista, chama a atenção, no balanço, algumas informações, como o resultado não recorrente derivado de repasse da Cartão BRB da ordem de R$ 17,1 milhões, a título de ressarcimento de custos operacionais de exercícios passados, determinados pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF). Outro aspecto também se refere ao próprio desempenho da Cartão BRB, que apresentou lucro líquido superior a R$ 28 milhões, e também da DTVM, cujo resultado foi positivo em R$ 2,4 milhões.

“Isso contribuiu sobremaneira para o resultado do banco por conta da equivalência patrimonial. Ou seja, o resultado do BRB, de R$ 31,278 milhões, pode ser creditado, quase que exclusivamente, a resultados não derivados de sua atividade fim, a intermediação financeira”, argumenta, por sua vez, o também diretor do sindicato Antonio Eustáquio.

Outra questão preocupante, ainda segundo o Sindicato dos Bancários, é o fato de os PAs, em sua maioria, apresentarem resultado positivo. “Quase a totalidade bateu as metas para eles determinadas, e o banco alcançou sua meta global determinada no plano de metas traçado pela diretoria. Com isso, não resta alternativa a não ser concluir que o resultado, absolutamente insuficiente, resulta de problemas na gestão do banco”, sublinha nota da entidade.

Eustáquio vai mais além, ao criticar os resultados financeiros, lembrando que “até a Caixa Econômica Federal, banco tradicionalmente vinculado à gestão de fundos sociais cujo retorno é inexpressivo, como FGTS, saneamento, Minha Casa Minha Vida, apresentou crescimento neste semestre comparado com igual período do ano anterior. O BRB é realmente um ponto fora da curva neste ambiente, que carece de explicações de seus gestores e do governo do Distrito Federal”, sentencuiou.

Pela análise do balanço feita pelo Sindicato dos Bancários, o custo de captação do BRB destoa do sistema, o que leva o resultado da intermediação financeira (despesas cresceram 40,4% e as receitas, apenas 16,7%) a ficar aquém do que apresentam outros bancos (queda de 5,4% comparativamente a igual período de 2014), e tudo isso contrasta com os gastos expressivos em ações de marketing. Para o Sindicato, algo não combina nesta equação.

“O BRB tem potencial para ser muito mais do que o seu resultado demonstra. Cabe à diretoria do banco, e em especial ao governo, apontar diretrizes que possam alavancar o BRB. Ações como a criação de uma seguradora e fazer do banco o agente da securitização da dívida do GDF caminham neste rumo. A decisão cabe especialmente ao governo de Rodrigo Rollemberg, que até agora não demonstrou sua real intenção quanto ao BRB, a não ser as atitudes erráticas de tentativa de venda de ações da empresa com o famigerado PL 467, retirado da Câmara Legislativa após pressão dos sindicatos (Bancários, Sindágua e Stiu) e ainda um ensaio descabido de venda da folha do GDF”, aponta Cristiano Severo, outro diretor do Sindicato.

Com esse resultado, lembram os dirigentes classistas, está provisionado para pagamento de PLR referente ao primeiro semestre de 2015 o montante de R$ 4,46 milhões de reais, que, somados aos R$ 5,241 milhões não pagos em abril passado, referentes ao segundo semestre de 2014, resultará em um montante, a ser pago até 20 de setembro, de aproximadamente R$ 9,70 milhões.

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