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Rollemberg foi induzido a erro. E pode errar mais, adverte Andrade

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Poucas figuras políticas podem bater no peito e falar que passaram incólume pelo governo de Agnelo Queiroz. Não ser diagnosticado com a mácula de mau gestor e ainda ser alavancado ao cargo de deputado distrital foi, definitivamente, para poucos.

À frente da Secretaria de Trabalho desde o último trimestre de 2012, Renato Andrade pegou a chave do gabinete 20 da Câmara Legislativa. E assim que sentou na cadeira parlamentar preferiu tirar o título religioso bispal, além de assumir a posição de independente, embora seu partido, o PR, seja de oposição.

Defende, sobretudo, a carta emitida por sua sigla criticando o governo de Rodrigo Rollemberg. “Não se pode querer agora, já que tivemos o Frejat como governador, que se integre a base do governo. Seria até incoerência. Mas o partido quer que eu contribua para o crescimento da cidade. Não estou a serviço do governador, mas da população”, deixa claro.

Sobre sua convicção política momentânea, o deputado fica no meio termo para, segundo ele, ajudar o governo. “Se você é uma oposição burra, contra tudo, como vai somar para o crescimento da cidade?”, ensina, por meio de questionamento.

É com estudos profundos para não cometer a supracitada burrice, que Andrade vem trabalhando. No dia em que recebeu Notibras para uma conversa, seus assessores estavam discutindo o projeto de lei que propunha alterações na legislação tributária do Distrito Federal, sugerindo, inclusive, emendas.

Andrade integra a claque de deputados que prefere protelar a votação de determinadas propostas. Sobretudo, as que só vão causar impacto apenas em 2016. “Precisamos discutir ao longo do ano e implantar aqueles projetos realmente necessários”, opina o distrital.

Muito justificado pelo Governo do Distrito Federal para equilibrar as contas, o pacote de aumento suscita dúvidas entre os deputados sobre a sua real necessidade. Levando-se em conta também a imprevisível arrecadação de 2015. “E se chegar ao final do ano e perceber que não precisava votar os aumentos?”. É um quesito sem resposta.

Na visão de Renato Andrade, as medidas de arrocho configuram-se como punição dupla, justamente por haver já no âmbito federal ações para reajustes fiscais, como o ICMS.“Todos os deputados, base ou não, acham que o pacote dele (Rodrigo Rollemberg) é duro. A verdade é que as ações precisam ser negociadas com a sociedade”, diz.

No desfecho do governo, Agnelo Queiroz deixou para seu sucessor um rombo de quase 6 bilhões de reais, segundo cálculos oscilantes do próprio GDF. O deputado discorda. “Eu não creio que o valor seja esse. Com certeza é bem menos”, afirma, sem, no entanto, mostrar qual seria o valor real.

Advogado por 30 anos, o deputado distrital criticou a quebra unilateral, por parte do GDF, do contrato de reforma do Autódromo Nelson Piquet, o que inviabilizou a realização da primeira etapa da Fórmula Indy neste ano.

Em suas contas, os números não fomentam uma quebra contratual. O bispo explica. Todos os acordos formais para a realização da etapa no DF chegariam a 50 milhões de reais. O rompimento dos contratos vai gerar uma multa para o governo de 80 milhões. O GDF ficaria no prejuízo por não fazer a corrida, entende ele.

“Eu acho que o governador Rollemberg foi induzido ao erro. Um governante que chegou dizendo que iria mudar Brasília não entregaria 80 milhões dos cofres públicos para pagar uma multa e pronto. Nós vamos ficar com o prejuízo. Ele foi induzido ao erro”.

E para não errar novamente, sugere o deputado republicano, o chefe do Executivo deve colocar todas as discussões sobre a mesa e dialogar com a sociedade e com a Câmara Legislativa. E ele mesmo, Renato Andrade, garante que também estará no debate, sendo base aliada ou não.

Elton Santos

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