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Ruivos, correi, porque O Escaravelho do Diabo chega com um gostoso suspense

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Luiz Carlos Merten

Há pelo menos uns sete anos, o diretor Carlo Milani contactou o ator Marcos Caruso para dizer que estava adaptando O Escaravelho do Diabo e queria que ele interpretasse o inspetor Pimentel, criado pela escritora Lúcia Machado de Almeida.

O que Milani não disse a Caruso é o que agora o repórter lhe revela – há bem mais que dez anos (13), Milani sonhava com o filme. E, desde que começou a construir o seu Escaravelho, Pimentel era um só, seu pai, o ator Francisco Milani. Seria a homenagem de um filho à arte de seu pai. Francisco morreu em 2005, Carlo continuou com o sonho e recorreu a Caruso, mas nunca lhe disse. Contou ao repórter. Caruso emociona-se – “Quanta responsabilidade!”

Foi melhor assim. O Escaravelho do Diabo, que estreia nesta quinta, 14, em 350 salas, é uma dupla raridade, quase um óvni. Mesmo diretores talentosos como Jeferson De têm tropeçado na tentativa de fazer cinema de gênero no País. Nesta quinta, também estreia Sinfonia da Necrópole, de Juliana Rojas, mistura de filme de morto-vivo com musical que tem seus defensores ardorosos, mas não agradou particularmente ao repórter. Pelo contrário, O Escaravelho é um ótimo suspense – sobre o assassinato de ruivos – e, ao gênero, Carlo Milani soma a outra raridade – é um filme infantojuvenil, segmento no qual a produção nacional anda carente.

Milani fez seu filme todo certo, mas a verdade é que a história ajuda, e muito. E aqui entra a contribuição da escritora, que não chegou a ver o filme pronto – como o pai de Carlo Milani também não.

O Escaravelho do Diabo é um dos títulos mais famosos – não apenas de Lúcia Machado de Almeida, mas da Coleção Vaga-Lume. Como a lendária Terramarear, da Editora Melhoramentos, com seus Tarzans, a Coleção Vaga-Lume formou o imaginário de toda uma geração de jovens leitores.

“Eu nunca li, mas meu filho, que hoje é cineasta, adora O Escaravelho (o livro)”, anuncia Caruso. O diretor Carlo Milani assume que fez mudanças. “É uma releitura do original e, nesse caso, tem sempre questões de adaptação, que são obrigatórias quando se transpõe o meio. A gente quer contemplar os leitores, mas tem de atingir o público ao qual se remete. Para isso, era interessante mudar o protagonista, ser um menino e não um estudante de medicina.” Dar uma cara ao inspetor Pimentel foi outro risco. “Adaptar é fazer escolhas”, avalia o diretor. A essência está na tela, o suspense é bom. Vamos? Aos cinemas, leitores. E, ah, sim, desta quinta, 14, a domingo, 17, ruivos pagam meia-entrada no Belas Artes.

estadao

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