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Lábios amadurecidos

Rumos que se Tocam Tarde

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

Nossos rumos, antes dispersos,
se cruzaram com a lentidão dos outonos vividos,
como folhas que caem devagar,
procurando no chão esquecido
a primavera que não chegou a desabrochar.

Hoje, entre gestos suaves,
damos as mãos como quem acaricia o tempo,
acolhendo a solidão com afeto,
sem medo da idade,
sem pressa de juventude.

Há anos que ainda sabem oferecer,
há corações que ainda sabem receber,
e há paixões que crescem
com a sabedoria das marcas na pele
e o brilho sereno da experiência.

Deixe que meus lábios amadurecidos
toquem teus desertos ocultos,
e que o sol da existência
não se esconda nas dunas do corpo que envelhece,
mas se revele inteiro
na luz que pulsa entre dois seres que se reconhecem.

Hoje, te encontrei
num caminho onde duas almas errantes
descobriram abrigo uma na outra.
Deixe-me amar-te com presença,
com desejo que respira,
com o ritmo sincero
de um coração que ainda sabe dançar.

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