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Putin eleva o tom

‘Rússia não aceitará nenhum ultimato sobre a Ucrânia’

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque, Edição, com Sputniknews - Foto Reprodução

A Rússia quer compreender em quem pode confiar antes de se envolver com parceiros no conflito ucraniano, disse nesta sexta, 17, o presidente Vladimir Putin durante uma viagem à China.

“Precisamos entender com quem e como podemos nos envolver e em quem e até que ponto podemos confiar. Estamos, é claro, analisando tudo o que está acontecendo”, sublinhou o líder russo em entrevista coletiva em Harbin.

O presidente apontou a China como uma parte interessada que tentava sinceramente pôr fim ao conflito na Ucrânia.

“Acreditamos que a China é sincera nos seus esforços para resolver este problema. Sugeriu diferentes opções e tem sido muito flexível sobre isso”, pontuou Putin.

Ao comentar a iniciativa suíça sobre a paz na Ucrânia, o presidente russo frisou que Moscou não aceitaria ultimatos.

“É claro do que se trata este evento: reunir o maior número possível de países para afirmar que têm tudo acordado e depois dar um ultimato à Rússia”, disse Putin, acrescentando que não aceitaria isso.

A Rússia, frisou, está monitorando os preparativos para a conferência suíça sobre a Ucrânia, que acontecerá de 15 a 16 de junho.

“É claro que estamos analisando tudo o que está acontecendo nesse sentido. Estamos acompanhando tudo o que tem a ver com a reunião planejada na Suíça ”, confirmou.

Putin sugeriu que a Ucrânia e os seus doadores estão tentando forçar a visão de Kiev de um acordo de paz, mas alertou que tais tentativas estavam fadadas ao fracasso.

“Primeiro, eles tentaram uma derrota estratégica, mas falharam. Qualquer tentativa de forçar a mão [da Rússia] terá o mesmo resultado”, alertou o presidente.

A Rússia só aceitará um convite para negociações de paz conforme acordado em Istambul em 2022. “Temos um quadro para o processo de negociação, que foi o que acordámos em Istambul… O chefe da delegação ucraniana assinou esse longo documento. Ele rubricou-o. Temos um documento com a sua assinatura”, disse o presidente.

O presidente russo acusou novamente o regime de Kiev de usurpar ilegalmente o poder e permitir que um conflito latente no Donbass fervilhasse.

“Eles permitiram que um golpe acontecesse com o apoio dos patrocinadores ocidentais. Eles organizaram-no e criaram condições para que um conflito verbal se transformasse num conflito armado. Eles são os culpados por isto, mas estão tentando responsabilizar a Rússia por estes acontecimentos trágicos” ele explicou.

Putin disse que esteve em contato constante com Volodymyr Zelensky antes da fase aguda do conflito.

“Nós nos comunicamos com ele [Zelensky] antes, estivemos em contato constante antes do conflito entrar na fase aguda da luta armada”, disse Putin.

Quando questionado sobre a legitimidade de Zelensky como presidente da Ucrânia, Putin salientou que esta questão deve primeiro ser respondida pelo próprio sistema político e jurídico da Ucrânia, acrescentando que a sua legitimidade é importante para a Rússia se for necessário assinar documentos.

A Ucrânia deveria realizar eleições presidenciais em 31 de março, mas elas foram canceladas devido à lei marcial e à mobilização geral. Zelensky, que tomou posse em maio de 2019, disse que “não era o momento certo” para eleições.

Os acordos alcançados em Istambul sobre a Ucrânia deveria estar em vigor e todas as conversações de paz possíveis devem basear-se neles, disse Putin.

“Bem, é claro que é uma base, sabe? Eles rubricaram, o documento em si não está assinado. Há questões muito sérias aí. Você sabe, há questões relacionadas à segurança da Ucrânia. Elas estão escritas em tal uma forma que ainda temos de pensar sobre isso, mas em geral, esta é a base”, disse Putin.

A Rússia está pronta para participar nas conversações de paz sobre a Ucrânia, mas não foi convidada para a conferência na Suíça, acrescentou Putin.

“Eles não nos convidam. Além disso, dizem que não querem nos ver”, afirmou. A Rússia não vai discutir algo que não tem conhecimento, mas qualquer tentativa de impor à Rússia os seus termos para um acordo na Ucrânia terminará da mesma forma que uma tentativa de infligir uma derrota estratégica, o quer jamais acontecerá”, finalizou.

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