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Sátira à Lava Jato enche os cofres da indústria do cinema pornô

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Bartô Granja, Edição

A corrupção descoberta e punida pela Operação Lava Jato, está rendendo um bom dinheiro e ajudando a levantar a indústria do cinema pornô. Ao menos na Brasileirinhas, a regra mudou. Os hits do sertanejo, letras de duplo sentido do funk e blockbusters do cinema que serviam como inspiração para os roteiros de filmes do gênero pornográficos, deram espaço à política. Um tema que, se antes não excitava, se for bem trabalhador, vira sucesso de bilheteria.

Ao ‘abrir as pernas’ para um assunto até então brochante, a Brasileirinhas bateu seu recorde, informou Clayton Nunes, diretor da produtora, em entrevista a Tiago Dias, do Uol. Sai o ‘a’ e entre o ‘e’. E a  “Operação Leva Jato” usa o pano de fundo da corrupção para a sacanagem, se transformando no maior lançamento da produtora nos últimos seis anos.

Veja trechos da reportagem – Se antes filmes como “Ai, Se Eu Te pego”, “69 Tons de Pica” e “Velozes e Foderosas” e “Arrombando a Porta dos Fundos” eram vistos por 70 mil pessoas, “Leva Jato” dobrou a meta: São 180 mil visualizações por dia – um marco em um momento em que a produtora ainda busca se reposicionar no mercado com a queda da comercialização de DVD’s.

“Operação Leva Jato” não poderia ter sido lançado em momento mais propício: “Foi bem no dia que [Michel] Temer assumiu o lugar de uma presidenta empichada por um crime que vários outros presidentes cometeram, mas que não tiveram o mesmo destino”, explica Clayton. O produtor, no entanto, se adianta e diz que mesmo assim não defende Dilma Rousseff. “Ela foi a pior administradora que este país já teve”.

O lema da produtora agora é relaxar, gozar e… se conscientizar. “Espero que este filme faça até quem não goste de política pensar: ‘Caramba, se fizeram até filme pornô com isto acho que realmente é preciso saber direito o que está acontecendo’. Sinto que o brasileiro precisa ser mais politizado.”

Tem o ‘nervosinho’ a ‘avião’, o ‘caranguejo’, o ‘escritor’, o ‘lindinho'”. Com os fatos comprovados e mais gente na cadeia, vamos nos aprofundar mais no tema. Qualquer um desses envolvidos são personagens de pornô.

Aficionado por política, Clayton resolveu experimentar tocar no tema logo após encarar uma maratona da série “House of Cards”. Ao mesmo tempo, acompanhava os desdobramentos da operação da Polícia Federal em Brasília. A sequência de escândalos e denúncias fez com que o produtor, com todo o respeito aos profissionais do ramo, resumisse assim o clima vigente no país: “Uma putaria”.

“Foi aí que finalmente me senti a vontade para mostrar que a situação já passou dos limites, e que precisávamos ridicularizar essa situação ao extremo”, explica, ao UOL.

No fiapo de história, tem deputado que levanta a bandeira dos direitos das profissionais do sexo, e um senador, conhecido em Brasília como “Robin hood”, que paga as moças com o tal do “jato”.

Em outra cena, a atriz Britney Bitch faz a acompanhante de luxo de um deputado e é paga com dinheiro desviado. Big Macky, no papel do parlamentar, esbanja grana até na cueca. A acompanhante se contorce só de tocar nas notas.

“Eu achava que o tema não estimularia os espectadores, mas até quem não gosta de pornô quis dar uma olhada e isto foi muito legal”, comemora o dono da Brasileirinhas.

Com o novo filão desbravado – e mais potente do que referências a Anitta -, a ideia é continuar com o tema. “Tem o ‘nervosinho’ a ‘avião’, o ‘caranguejo’, o ‘escritor’, o ‘lindinho'”, observa, citando os apelidos dos políticos listados nas planilhas da Odebrecht. “Com os fatos comprovados e mais gente na cadeia, vamos nos aprofundar mais no tema. Qualquer um desses envolvidos são personagens de pornô.”

Daria até para colocar um personagem real nas histórias. “Para os nossos filmes, só se fosse o Tiririca”, brinca. “Dá para fazer um filme pornô sobre corrupção todo mês e não vai faltar pauta.”

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