Marina Dutra
Se você soubesse que o avião vai cair, você embarcaria só porque pagou a passagem?
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Hoje vamos falar sobre o “Avião” que Insistimos em Voar. (Esta matéria não é sobre avião)
Para quem insiste em manter ciclos falidos pela falta de coragem de recomeçar.
Há quem viva anos, até décadas, dentro de um ciclo que já perdeu o sentido. Não porque ainda exista amor, propósito ou satisfação, mas porque falta coragem para recomeçar.
O raciocínio é mais ou menos assim: “Já investi tanto tempo, emoção e energia… não posso simplesmente jogar tudo fora”. Só que, nessa matemática emocional, esquecemos que permanecer também tem um custo e, muitas vezes, esse custo é a própria vida passando sem ser vivida.
Relacionamentos abusivos, empregos que adoecem, projetos que drenam mais do que nutrem… todos eles se sustentam na mesma armadilha: o apego ao já conhecido.
Troca-se a possibilidade de algo melhor pela falsa segurança de saber o que esperar mesmo que o que se espera seja dor, frustração ou desrespeito. E, nessa insistência, você começa a perder a sua identidade.
Vai se moldando para caber;
Vai se silenciando para evitar conflitos;
Vai engolindo sentimentos para não “criar problemas”;
Só que, ao fazer isso, a alma adoece e, cedo ou tarde, essa dor emocional encontra um jeito de gritar no corpo.
No campo psicossomático, conflitos emocionais não resolvidos se transformam em sintomas físicos.
Entre eles:
• Problemas na tireoide: por não expressar a própria voz.
• Dores nas costas: por carregar pesos e responsabilidades que não são seus.
• Gastrite ou azia: por “engolir sapos” e não digerir situações.
• Enxaqueca: por viver sob pressão constante, tentando controlar o que não pode.
• Doenças autoimunes: quando o corpo começa a atacar a si mesmo, refletindo o quanto você já se voltou contra si.
A falta de coragem para recomeçar não é sinal de fraqueza — é sinal de que o medo ainda comanda a rota.
Medo do vazio: “E se nada melhor vier?”
Medo da culpa: “Desistir é falhar.”
Medo de perder a identidade: “Se não sou mais parte disso, quem sou eu?”
E a ilusão de controle: “Se eu tentar mais um pouco, talvez mude.”
O problema é que o “mais um pouco” se transforma em anos. E os anos viram uma vida. Recomeçar dói, mas ficar onde não serve dói mais ainda, porém essa dor é silenciosa, crônica e disfarçada de costume.
Sair não é desistir. É escolher-se. É ter a ousadia de dizer: “Meu futuro vale mais que o meu passado”.
Recomeçar não é partir do zero. É partir de você.
E tudo o que aprendeu — sobre limites, resiliência e valor próprio — vem junto.
O solo fértil não é o que já pisou. É o que você ousa semear agora.
Então, se ao pensar em permanecer, você percebe que perdeu a paz, a autenticidade ou a esperança… ouça.
Essa é a sua alma pedindo passagem.
Busque apoio. Recomeçar é um processo e você não precisa fazer isso sozinho(a).
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Marina Dutra – Terapeuta integrativa
Perfil: @sersuperconsciente
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