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Analogias

Sem firulas, com aconchego, porque a vida já anda dura demais

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@donairene13 - Foto de Arquivo

Recentemente, um amigo leu um texto meu e comentou, com aquele tom de descoberta que mistura espanto e afeto: “Você adora uma analogia, né?” E eu ri, porque é verdade. Adoro mesmo. Escrever, pra mim, é tipo cozinhar: se não tiver tempero, não desce. E a analogia é o alho dourando na panela — dá cheiro, sabor, faz a gente salivar antes mesmo de entender o prato.

Eu uso analogias porque acho que elas facilitam a vida de quem lê. Em vez de dizer “estou exausta emocionalmente”, eu prefiro algo como “minha mente está um pastel de feira no fim do dia: meio murcho, meio oleoso, mas ainda doce se você olhar com carinho”. Pronto. Você entendeu, e talvez até sorriu.

Também gosto de enfeitar o texto com estímulos sensoriais agradáveis. Colocar cheiro de café passado, som de chuva fina, luz amarela de fim de tarde. Não é excesso de firula, é aconchego. É como receber o leitor com um pão quentinho e um cobertor macio — porque a vida já anda dura demais pra gente escrever com farpas.

Então sim, eu gosto de analogias. Gosto de palavras que abraçam. Gosto de escrever como quem prepara uma rede na varanda e diz: “senta aqui, deixa eu te contar um negócio”. E se, no meio da história, eu comparar a ansiedade a um pombo que entrou em casa e não sabe como sair, tudo bem. O importante é que você me entenda — e, de preferência, sorria junto comigo.

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