Os derrotados
Sem IOF, prato do pobre ficará ainda mais vazio
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Ontem à noite, enquanto eu tentava relaxar um pouco depois de um dia exaustivo de trabalho, decidi abrir o celular e dar uma olhada nas notícias. Foi aí que me deparei com a seguinte manchete: Câmara aprova derrubada do reajuste do IOF. Todos os jornais falavam que isso representa uma derrota para o governo. E, de fato, representa. Mas o que mais me incomodou foi perceber que o maior derrotado nessa história nunca vai aparecer na manchete.
O maior derrotado aqui não é o governo, mas o povo. Quando os pobres, proporcionalmente, pagam mais impostos que os ricos, quem perde é a classe trabalhadora. São os assalariados que levantam cedo todos os dias para ir trabalhar, que mal conseguem pagar suas contas e que vivem contando os centavos para ver o que sobra no fim do mês. Eles são os que mais sofrem quando a carga tributária não é justa. Porque num sistema em que quem menos tem, acaba pagando mais, a desigualdade aumenta e a qualidade de vida despenca.
Essa situação só reforça a sensação amarga de que o jogo nunca vira para quem mais precisa. Enquanto as decisões políticas são tomadas para servir a determinados interesses, a maioria da população segue esperando um alívio que nunca chega. E essa derrota silenciosa e constante dói muito mais do que as manchetes conseguem dizer.