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Os insanos

Sem sentido e sem propósito, ódio político deve ser contido

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Autor/Imagem:
João Moura*, Especial para Notibras - Foto de Arquivo

As proporções gigantescas que emergem no jogo de cena política do “nós contra eles” descambaram para uma absurda vivência de todos contra todos nesse pardieiro em que transformaram o cenário, onde a sobrevivência de uns e de outros depende de promover o descrédito das instituições com insultos gratuitos – e sem provas; e também com a promoção desmedida da violência entre as pessoas que divergem em opiniões sobre gosto ou preferência ideológica pessoal.

Diante desses absurdos, nossa única saída é nos precaver. É colocar a política de volta onde ela deve estar – ou seja, no parlamento.

Pessoas (e políticos) que usam estratégias para a materialização da intolerância de ideias e opiniões políticas que permeia o Brasil atual, nos mostram da pior forma possível, como é viver na barbárie. Essas pessoas sabem o que funciona e o que não funciona. Seu trabalho é nos persuadir e nos manipular para tirar vantagens próprias, porque sua sobrevivência depende disso.

Uma instituição pública, empresa ou comunidade não existe sem as pessoas que a compõem – e pessoas pavimentam ou são usadas para pavimentar o caminho para o poder, seja político, econômico ou religioso.

Longe das teorias políticas, filosóficas e religiosas de qualquer tempo, percebemos nas atitudes de líderes, nos governos, nas religiões e em outros relacionamentos humanos que a realidade aponta modos de agir muitos distintos das belas teorias (e discursos) da ética, da moral e dos bons costumes. O mundo, de fato, é contraposto àquilo que deveria ser – não fosse assim, viveríamos num mundo sem corrupção, sem injustiça e sem violência.

Nesse paraíso – se assim fosse – os governos seriam para o povo e os políticos sempre cumpririam suas promessas. As empresas colocariam o interesse pelos clientes sempre à frente do interesse pessoal e do lucro. O cidadão comum jamais agiria com falsidade, egoísmo, brutalidade e deslealdade.

Entender as estratégias que muitas pessoas usam para manipular seu caminho para chegar ao poder e para manter-se nele, requer defesa e precaução contra maus políticos como esses que estão – à custa alheia – se mantendo ou buscando o poder.

Abrir os olhos para a realidade como ela é, e acima de tudo, sobre as pessoas que galgam o poder escalando o ódio na política é o começo de qualquer transformação humana.

Sem perder a fé, a esperança e respeitando as pessoas, poderemos construir um mundo melhor e possível com um Estado de bem-estar social de todos e para todos.

É preciso que saibamos separar o verdadeiro líder do manipulador corrupto, sem sentido e sem propósito, porque só assim o ódio político será contido. Pois, quanto maior for nossa compreensão do que é, e o local que ela (a política) pertença, menos fracasso, frustações e desapontamentos teremos.

Nunca esqueçamos – principalmente na hora do voto – que o poder e a liderança que levam ao sucesso e à riqueza sempre são consequência da habilidade de preencher um vazio, de suprir uma demanda que existe nas pessoas ou no universo. Nunca, jamais será a disseminação do ódio ou a pregação do colapso das instituições públicas que nos impõem, e sim a preservação do respeito entre nós. Essa é a esperança de um mundo melhor para todos.

*Professor, filósofo e observador do cenário político desde 1985

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