Curta nossa página


Um dia chega...

Serviços, como luz, viram desafio no Nordeste

Publicado

Autor/Imagem:
Acssa Maria - Foto de Arquivo

O Nordeste acorda cedo. Enquanto o sol ainda espreguiça no horizonte, já tem fila se formando no posto, caderno sendo aberto no pátio da escola, gente esperando por cuidado e por futuro.

A paisagem mudou, e não é pouco. Hospitais cresceram como novas ilhas de esperança, escolas se espalharam como passos largos de quem tenta alcançar o amanhã. Ainda assim, entre as conquistas e o cotidiano, persistem buracos invisíveis — verdadeiros vaus que o povo precisa atravessar descalço.

Nos corredores de algumas unidades de saúde, o ar parece segurar a respiração junto com quem espera. De um lado, médicos dedicados tentando fazer o impossível caber em um turno; de outro, quem enfrenta longas distâncias para chegar a um exame que, por vezes, vira promessa adiada.

É como se o cuidado existisse, mas ainda faltassem mãos para sustentá-lo inteiro.

Nas escolas, a cena se repete com outro figurino: professores que seguram a sala como quem equilibra um navio em ventos fortes; crianças curiosas, mas dentro de prédios que às vezes precisam de tinta, sombra, ou simplesmente silêncio para que o saber floresça.

Apesar das ilhas de excelência, há oceanos de desigualdade entre municípios vizinhos — e isso dói. Mas o Nordeste não sabe recuar. Nunca soube. Cada avanço é uma porta que se abre com barulho, anunciando que o futuro não será negado.

Nas cidades médias, surgem centros tecnológicos; no interior, programas de saúde da família costuram presença e afeto; em muitos cantos, a educação de tempo integral começa a plantar raízes profundas.

O problema não é falta de luz — é que a luz ainda não chegou inteira para todos. E o que se vê, por trás das estatísticas, é um povo que insiste, que exige, que empurra o tempo para frente como quem rema contra a maré, mas não perde o rumo.

Porque no Nordeste, cada serviço público não é apenas um direito: é uma promessa de dignidade que o povo cobra com o coração firme, sabendo que mudanças chegam devagar, mas chegam — desde que ninguém se esqueça do caminho.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2025 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.