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Servidores sem salário armam barraco e levam cuia para porta do Buriti

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A CUT – braço direito do PT nos sindicatos de trabalhadores – resolveu fechar o cerco e cobrar do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) os salários atrasados de diferentes categorias das áreas da Saúde e Educação. Nesta sexta 9, ficou decidido que um grupo ficará acampado na Praça do Buriti, até que os pagamentos sejam efetuados.

Nas primeiras horas da manhã, professores e servidores da saúde fecharam, além de terceirizados, fecharam o Eixo Monumental e a 102 Sul. Foram dois atos distintos contra a falta de dinheiro nas contas. A promessa inicial era de que os salários seriam depositados na quarta 8.

Inconformados com os atrasos, servidores ligados ao SindSaúde decidiram entrar em greve. Já os professores e os terceirizados decidiram armar barracas (com promessas de ‘armar barraco’) defronte à sede do Poder Executivo.

Pouco antes das 11h, professores e terceirizados ocuparam todas as faixas do Eixo Monumental, na altura do Palácio do Buriti. Uma hora depois, o grupo ocupou cinco faixas da via oposta, que só foi liberada às 13h. Segundo a Polícia Militar, cerca de 450 profissionais participam do ato. Cem policiais a mais foram convocados para reforçar a segurança na via.

Os professores pedem o pagamento do salário de dezembro, das férias, dos 13º dos aniversariantes do mês passado e dos professores temporários, além da correção nos salários dos aniversariantes entre janeiro e agosto. Já os terceirizados exigem o pagamento das férias, do ticket alimentação e do vale-transporte do mês passado.

Por volta de 13h, uma reunião entre a Central Única dos Trabalhadores (CUT), que organizou o ato, e o secretário de Trabalho, de Relações Institucionais e o secretário-adjunto da Casa Civil terminou sem acordo. De acordo com a CUT, os servidores vão montar barracas e instalar banheiros químicos na Praça do Buriti, em frente à sede do Executivo, para acampar. Eles afirmam que vão permanecer no local até receberem os salários e benefícios atrasados.

A professora temporária Norma Jaqueline afirma que ainda não recebeu o 13º salário e o pagamento referente ao mês de dezembro. Segundo ela, a falta do dinheiro prejudicou as festas de fim de ano da família. “Não teve Natal. Os meus amigos me convidaram para a casa deles, porque em casa não tinha condições. A gente vive de salário e agora eu estou vivendo com a ajuda desses meus amigos”,  lamentou.

Ao meio-dia, o trânsito sentido Esplanada dos Ministérios chegava até a altura da antiga rodoferroviária. Os carros estavam sendo desviados para o Setor de Indústrias Gráficas (SIG). No sentido Estrutural, o congestionamento alcançava a Rodoviária do Plano Piloto. O trânsito era desviado para o autódromo de Brasília.
Preso no congestionamento, o funcionário público Raimundo Nonato disse apoiar o ato dos trabalhadores. “Estou vendo que o trânsito está caótico, mas realmente precisava acontecer isso para abrir os olhos dos governo, porque as pessoas não têm que pagar pelo erro dos governadores”, disse.

Também por volta de 11h, profissionais de saúde deixaram as imediações do Hospital de Base, onde estavam reunidos em assembleia desde cedo, e ocuparam uma faixa da 102 Sul, conhecida como “Rua das Farmácias”. A PM informou que cerca de 400 pessoas participavam do ato. Às 11h30, o grupo foi para a lateral da Igreja Dom Bosco, na W3 Sul, onde fez uma oração. Por volta de 12h, eles retornaram ao hospital, onde encerraram o protesto.

Em cima do carro de som que acompanhava o ato dos servidores, um papai noel vestido de preto representava o luto da categoria, segundo sindicato. Enquanto caminhavam em direção à W3 Sul, os servidores gritavam:  “Rollemberg não pagou, a saúde parou”.

Em assembleia realizada pela manhã, servidores do SindSaúde votaram a favor do início da greve. Segundo eles, apenas os serviços emergenciais vão continuar em funcionamento. O sindicato representa 104 categorias, entre elas a de técnicos de laboratórios, auxiliares administrativos e especialistas.

Médicos e enfermeiros também participam do protesto, mas eles não aderiram à paralisação. Eles afimam que vão voltar a se reunir, caso não recebam os pagamentos, para decidir se entram em greve.

Além do salário, a categoria exige o depósito das horas extras, 13º e férias. A quitação integral da dívida ainda não tem data definida pelo governo, assim como o pagamento dos servidores públicos de outras áreas.

Segundo a diretora do Sindsaúde, Marli Rodrigues, duas propostas foram feitas durante a assembleia desta manhã: a de discutir o pagamento dos salários atrasados ou de todas as dívidas. “A categoria votou pela greve porque não recebeu nenhuma proposta do GDF. Temos atrasos desde o ano passado e nunca é proposto nada para pagar todas as dívidas. Tem gente passando fome”, afirmou. “A categoria já está desacreditada.”

A técnica de enfermagem Alessandra Cleonice, de 36 anos, afirmou que está com todas as contas atrasadas. “Não recebemos nada, está tudo correndo com juros no banco. As contas estão todas sem pagar e estamos sem nada”, afirmou.

Da Redação com o G1

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