Basta!
Silêncio do mundo mata mais palestinos que as bombas lançadas pelo Estado judeu
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O que está acontecendo com o povo palestino é genocídio. Não há outra palavra justa, precisa ou honesta para descrever a destruição de uma população civil, o apagamento de sua cultura, sua terra e sua existência. Mas governos e grandes veículos de imprensa seguem tratando esse horror como um “conflito”, como se fosse uma disputa equilibrada entre duas forças equivalentes. Não é. É massacre. É apartheid. É colonialismo. E é, sobretudo, um genocídio sistematizado.
O silêncio seletivo de líderes políticos ocidentais, especialmente daqueles que se apresentam como defensores dos direitos humanos, expõe uma hipocrisia inigualável. A indignação internacional é sempre rápida e veemente quando os interesses do Ocidente estão ameaçados, mas diante das pilhas de corpos palestinos, a resposta é hesitação, relativização ou, pior, participantes ativos. O envio de armas, o financiamento do exército israelense e o apoio diplomático irrestrito tornam esses governos cúmplices do extermínio de um povo.
Ao mesmo tempo, ativistas, acadêmicos, jornalistas e até cidadãos comuns que se manifestam contra o genocídio, são perseguidos, demitidos ou silenciados por denunciarem a desumanidade. A crítica ao sionismo e à política do Estado de Israel é rotulada de antissemitismo de forma deliberada, numa tentativa de interditar o debate e proteger a estrutura de dominação. Isso não apenas desrespeita a luta legítima do povo palestino como também banaliza o verdadeiro antissemitismo, o que é igualmente grave.
A imprensa tradicional, salvo raras exceções, atua como um braço do poder. Prioriza versões oficiais, ameniza termos, omite imagens, e desumaniza as vítimas. Palestinos não são tratados como seres humanos plenos, com histórias, sonhos e direito à vida. São frequentemente reduzidos a números frios ou à caricatura do “terrorista”, mesmo quando as vítimas são crianças enterradas vivas sob os escombros deixados por bombardeios.
Essa cobertura enviesada é um projeto. É parte de um pacto ideológico que sustenta a ideia de que algumas vidas importam mais do que outras. O mesmo pacto que fecha os olhos para as décadas de ocupação, para os assentamentos ilegais, para o bloqueio de Gaza, para as prisões arbitrárias de menores, para o assassinato de jornalistas e profissionais de saúde. O mundo não ignora por acaso. Ignora porque é conveniente aos seus interesses.
Denunciar o genocídio palestino não é uma questão de posicionamento político, é uma obrigação ética. Apoiar a Palestina não é crime. Crime é se calar diante da barbárie. Crime é financiar bombas que matam civis. Crime é chamar de legítima defesa o assassinato coletivo.
Enquanto governos se acovardam e a imprensa manipula, o povo palestino resiste. E cada voz que se ergue contra esse genocídio rompe o cerco da mentira. Não basta ver. É preciso gritar. É preciso agir.
O silêncio já matou demais.