Sociedade heterongênea
SOMOS PRISIONEIRAS DE NÓS MESMAS…
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Vivemos em uma Sociedade Heterogênea. São vários núcleos que, reunidos, formam um corpo onde a alma é criada de acordo com os indivíduos que os compõe. E não espere coerência na linha de pensamento de nenhum desses grupos, pois não há. E tudo porque cada pessoa tem sua própria visão do mundo, sua forma peculiar de sentir o Universo…
Mal comparando com nosso próprio corpo, chegamos à conclusão que a união dos vários grupos sociais espalhados pelo mundo nada mais são que indivíduos autônomos, cada qual com suas próprias ideias, tentando alcançar seus objetivos. Detalhe… os objetivos do grupo em nada coincidem com aquilo que seus componentes desejam…
Devemos nos lembrar que uma pessoa… jurídica, na falta de um termo melhor… é um agrupamento de várias pessoas físicas, unidas por uma ideia em comum. Mas aí está o pulo do gato… é apenas uma ideia em comum para o grupo todo. Embora em sua linha de pensamento principal estejam todos interligados, essa ligação acaba se tornando frágil pois, se houver alguma discordância entre os membros, o grupo poderá perder peças importantes para sua existência e em casos mais graves, pode até mesmo deixar de existir…
E por que isso ocorre? Simples… cada pessoa é um Universo à parte, com ideias próprias e uma visão muito particular daquilo que se lhe apresenta no mundo físico. E essa visão, muitas vezes, acaba por ofuscar ideias que, em um primeiro momento, parecia importante para o elemento…
Não é por outro motivo que os líderes dos vários grupos espalhados por esse plano procuram sempre novas formas de mostrar aos seus escolhidos o quão benfazeja é a ideia para a qual estão sendo cooptados… é por isso que se costuma bombardear as pessoas com informações relevantes para o grupo… há a necessidade de se conseguir mais uma célula que permita ao corpo em construção crescer, tornar-se realmente importante…
E como tal é finalmente efetivado? Criando barreiras no livre pensar do indivíduo. Fazê-lo compreender o quão importante é a missão que lhe foi designada. E uma dessas missões é a cooptação de novos membros, alinhados com os objetivos do grupo. Podemos dizer, a grosso modo, que formamos uma “ligação covalente” onde, assim como o átomo, compartilhamos parte nosso com grupos variados…
Não estranhe tal comparação… afinal, normalmente, as pessoas participam de vários grupos ao mesmo tempo. E nem sempre os objetivos destes coincidem. Exemplos existem em quantidade. Uma pessoa que frequenta uma igreja qualquer e, ao mesmo tempo, participa de um clube de tiro… as duas atividades são conflitantes em suas diretrizes, mas o elemento não vê dessa maneira…
Sim, por mais que seja um paradoxo, a maioria das pessoas defende a Paz em um grupo e se manifesta a favor da violência em outro. Então ficamos nos perguntando… o que leva a pessoa a chegar a esse estágio? Vários são os fatores. Não podemos nos esquecer que somos bombardeados o tempo todo com informações que à primeira vista parecem inocentes, mas que vão se cristalizando em nosso âmago, nos deixando… versáteis, eu diria… de forma que passamos a enxergar aquilo que os grupos aos quais estamos ligadas desejam que vejamos…
E é nesse momento que acabamos por abrir mão de nossas convicções… não por nossa vontade, mas por indução… e defendemos algo que, na maioria das vezes nos será prejudicial. Mas não é essa a visão que temos, pois nos foi pintado um quadro colorido onde tudo funciona às mil maravilhas…
É quando nos tornamos prisioneiras de nós mesmas… acabamos por doar nossa humanidade aos vários grupos que nos cooptaram. E não vemos nada de errado nisso. Mesmo quando alguém tenta nos afastar do abismo para o qual caminhamos por vontade própria, contra todos os argumentos razoáveis, condenamos quem tenta nos abrir os olhos e seguimos aqueles que nos desejam apenas para servir de para raios…
Sim, nesse estágio estamos presas em nosso mundo particular, mas ao mesmo tempo estamos acorrentadas aos vários grupos que nos convenceram a deles participar. E nesse momento deixamos de ter qualquer importância para o mundo… pois o Indivíduo Social, do qual fazemos parte, poderá nos usar da melhor maneira que lhe aprouver, pois a Comunidade está acima do indivíduo…