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Crônica do Pau Torto

Tabanez volta a ser visto de novo com lupa pelas autoridades policiais

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição - Foto de Arquivo

Em Brasília, onde os palácios cintilam de mármore e as vielas da política escondem mais sombras do que luz, surge mais uma vez o nome de Carlos Tabanez, ex-deputado e atual figurão dos clubes de tiro da capital. Não se engane, pois não é a primeira vez que o moço aparece nas páginas policiais. E como diz o povo baiano, “pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto”.

Tabanez, que gosta de posar de empresário de sucesso, aparece agora enrolado na mesma velha trama, com contratos públicos, licitações suspeitas, empresas de fachada e, claro, “laranjas” prontos para dar o sangue — ou melhor, o CPF — na ciranda das maracutaias. A R7 Facilities, empresa que ele empurrava pelos bastidores, já cuidava até da manutenção da Penitenciária Federal de Mossoró. Ironia das ironias, aquele que se mete a gestor de cadeia agora pode acabar precisando conhecer os corredores dela por dentro, sem crachá de visitante.

Quando a Polícia Federal, a CGU e a Receita bateram à porta pela primeira vez, o script foi o de sempre, com surpresa fingida, advogado correndo, silêncio ensaiado. O que se investiga novamente é uma engrenagem bem azeitada de contratos e notas frias, com cheiro de dinheiro público sendo torrado como carvão de churrasco barato.

O curioso é como personagens assim insistem em se vender como empreendedores, homens de bem, defensores da moral e da família. Mas na prática, o que se vê é um festival de truques de bastidores, como esconder patrimônio, empurrar empresas de fachada para cima de contratos milionários, fingir que é sócio de nada quando é dono de tudo.

No fundo, não há novidade. Brasília é craque em fabricar esse tipo de biografia torta. Tabanez é apenas mais um galho na árvore seca da política local. E, como ensina a sabedoria popular que resiste à pompa dos gabinetes: pau que nasce torto, não tem jeito, morre torto. E, pelo visto, nem mesmo a luz fria dos refletores da Polícia Federal consegue endireitar.

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Carolina Paiva é Editora do Quadradinho em Foco

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