Corda bamba
Tarcísio é um homem baixo demais para almejar algo além de onde já chegou
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Parece que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, já abandonou o estado, se é que algum dia realmente se importou com os paulistas. O que se vê é um governo distante, preocupado mais com a própria projeção política nacional do que com as urgências da população.
Nos últimos dias, São Paulo enfrentou uma crise grave de contaminação por metanol, que já vitimou dezenas de pessoas. E qual foi a reação do governador? Uma piada. Disse que só se preocuparia se a Coca-Cola estivesse sendo contaminada. É uma fala que revela descaso, insensibilidade e uma completa falta de empatia com as famílias atingidas.
E, como se não bastasse, nesta mesma semana, Tarcísio resolveu se engajar politicamente em outra frente. Mas não para defender o povo paulista. O governador pressionou os líderes de partidos a barrar a votação da Medida Provisória que taxava as casas de apostas, as fintechs e os bilionários. Em outras palavras, trabalhou para proteger os ricos e prejudicar o governo federal, em plena tentativa de se firmar como candidato à Presidência.
Trocando em miúdos, Tarcísio e o centrão têm errado feio. Fazem a pequena política, a política mesquinha que só enxerga o poder como jogo de tudo ou nada: ou nós ou ninguém. Nesse tipo de política, o outro lado não precisa nem se esforçar: basta ficar parado, assistindo ao adversário se afundar nas próprias contradições. Foi assim na crise do metanol e foi assim na sabotagem da MP.
O problema é que, enquanto Tarcísio joga tentando prejudicar seu adversário das eleições do ano que vem, São Paulo fica à deriva. E quem paga o preço, como sempre, é o povo.