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Mercado promissor

Tem uma milha aí? Tem muita gente querendo comprar

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

O número de desempregados no Brasil é preocupante. Atualmente existem aproximadamente 12 milhões de pessoas em busca de uma ocupação, sem sucesso. Esses números são ainda mais alarmantes entre jovens e mulheres.

Segundo dados do IBGE enquanto há 6,07 milhões de homens sem trabalho, são 6,24 milhões de mulheres. Os jovens entre 18 e 24 anos representam 25% dos trabalhadores em situação de desemprego.

E, pior, enquanto o trabalho não aparece as contas não param de chegar. Para isso os brasileiros precisam ser criativos e gerar renda, para não deixarem de honrar seus compromissos ou até mesmo para necessidades básicas como moradia e alimentação.

Como é na crise que as melhores ideias surgem, as pessoas perceberam uma oportunidade de ganhar dinheiro vendendo suas milhas aéreas. Todos os anos são perdidos 13 bilhões de pontos ou milhas porque expiraram, segundo dados da ABEMF (Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização).

Quando os clientes dos cartões de crédito e das empresas aéreas ganham milhas ou pontos pelas suas compras ou viagens, há um prazo para serem utilizadas, que varia a cada programa. E quem não usar no tempo certo, perde o benefício.

Apenas os pontos expirados no quarto trimestre de 2017 representam R$ 260 milhões que foram simplesmente desperdiçados porque as pessoas não sabem que possuem, não sabem como usar ou até mesmo esquecem deles. A maioria das pessoas não entendem que pontos ou milhas são dinheiro.

Na contramão dessas pessoas que perdem dinheiro por não utilizarem os pontos ou milhas que possuem, há cerca de quinze anos surgiu no Brasil uma profissão chamada de milheiro. Um mercado que nasceu no Norte no Brasil e hoje está por todo o país com dezenas de empresas em constante crescimento.

Os milheiros são pessoas que negociam milhas aéreas em uma espécie de bolsa de valores das milhas. Não há dados oficiais sobre quantas pessoas atuam no setor, mas o fato é que a profissionalização desse mercado não se deu apenas através do surgimento de grandes empresas, mas também da formação de profissionais que fabricam as milhas para que as empresas possam emitir passagens para seus clientes.

“Em 2017 eu tinha mais milhas do que conseguia gastar e resolvi colocar à venda, fiquei surpreso com a velocidade que vendi tudo e recebi o dinheiro. Foi então que descobri a possibilidade de comprar as milhas a um custo menor do que eu poderia vender e percebi que tinha um negócio aí”, releva Sergio Di Pietro, criador do curso Lucrando Com Milhas, que ensina como atuar neste segmento e já formou mais de 400 milheiros apenas em 2018.

“Com mais alguns amigos, começamos a fazer as transações de compra e venda e cada vez mais pessoas queriam entender o que estávamos fazendo. Foi então que percebi que tínhamos virado milheiros”, conta.

Segundo ele, o trabalho do milheiro não é complexo. Precisa saber onde, como e quando comprar as milhas com o menor custo possível, entender o momento certo para fazer a multiplicação dessas milhas e depois como, quanto cobrar e onde vender com a maior margem possível e sem perder competitividade.

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