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Escolhendo o sucessor

Temer quer deixar legado de ter tirado Brasil do buraco

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Autor/Imagem:
Cláudio Coletti

Mesmo tendo pela frente enormes dificuldades, o presidente Michel Temer não perde o entusiasmo exacerbado de continuar levando adiante o seu governo, com grandes realizações, até 31 de dezembro de 2018. Até lá, faltando 13 meses e alguns dias, ele está fissurado em ações para marcar a história do Brasil como o presidente que tirou o país do fundo do poço. Temer quer entregar o governo a seu sucessor com o País na rota do crescimento.

O presidente e seus assessores alimentam a esperança que conseguirão ainda criar condições políticas para influenciarem na escolha de um candidato à Presidência da República, com potencial de ser eleito. Esse candidato poderia sair de um dos partidos da base governista, e distante do PT de Lula e do radicalismo da direita, representada pelo deputado Jair Bolsonaro.

Contam para isso com a entrada da economia nos eixos, o que melhoraria a sensação de bem-estar da população brasileira, a partir do segundo trimestre de 2018, quando a campanha eleitoral estará em pleno desenvolvimento. Não seria surpresa se o nome escolhido vir a ser do ministro Henrique Meirelles, com grande aceitação entre o empresariado e o sistema financeiro nacional. Ele é filiado ao PSD, do ministro Gilberto Kassab.

Na sua obsessão de conseguir credibilidade junto à sociedade brasileira, o presidente lançou o arrojado programa “Agora é avançar”.  Estão previstas centenas de obras em rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e hidrovias, com investimentos estimados em 130 bilhões de reais, até o fim de 2018.

Para políticos e empresários, esse pacote de obras não passa de um “sonho de verão”, tal o volume de recursos demandados e o curto prazo para a sua execução. No Congresso Nacional, o presidente está pressionando pela votação da reforma da Previdência, com limitação a um texto bem enxuto. Pela proposta original, em dez anos, os gastos com a Previdência seriam reduzidos em R$ 800 bilhões.

Agora com o recuo do Palácio do Planalto, o déficit da previdência ficaria pela metade, por volta de R$ 400 bilhões. Mesmo assim seria uma boa ajuda para reduzir as contas públicas.
A nova reforma deve prever as seguintes medidas: aposentadoria para homens, 65 anos, e para mulheres, 62 anos; equiparação entre servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada; regra de transição e eliminação de alguns privilégios considerados escandalosos.

Mesmo com esse recuo, dificilmente a reforma da Previdência avançará este ano, por absoluta ausência de vontade e tempo. Faltam apenas 4 semanas para o início do recesso parlamentar, previsto para 20 de dezembro. Só na Câmara, a reforma terá de passar por duas votações complicadas, com a exigência de 308 votos para sua aprovação. Depois terá de passar pelo Senado, também com duas votações, e 49 votos favoráveis dos 81 senadores.

Diante dessa realidade, vê-se que mudanças previdenciárias ficarão para o próximo ano, com os políticos pensando tão somente em reeleição. Portanto, mais um “sonho de verão” de Michel Temer.

O presidente está também sob forte pressão dos partidos da base aliada, que exigem para já a reforma ministerial. Eles não aceitam que o PSDB continue votando contra o governo e mantenha o poder em 4 importantes ministérios. Temer já aceitou essa pressão e está decidido a mexer no Ministério, mas depois da Convenção Nacional dos tucanos, no dia 9 de dezembro. Se o PSDB decidir mesmo pular fora do governo, seus ministros serão substituídos.

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