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Capa de chuva

Temporal esfria os primeiros passos do Suvaco da Asa

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Autor/Imagem:


Paulo Victor Chagas

Com diversidade de cores, sombrinhas e capas de chuva, o desfile do Bloco Suvaco da Asa, um dos mais famosos de Brasília, reuniu neste sábado (11) brasilienses e pessoas de outras cidades que já se preparam para curtir a folia.

A chuva chegou a espantar os mais medrosos no início da tarde, após as apresentações do Suvaquinho, voltado para as crianças. Enquanto alguns corajosos se aventuravam debaixo d’água, a maioria dos foliões se escondia debaixo de tendas e de árvores antes de o bloco começar o percurso.

Somente durante a apresentação do grupo de percussão Maria Vai Casoutras, o pessoal começou a se animar. Bastou as artistas interpretarem a música Eva, da banda de mesmo nome, para a maioria dos presentes seguir o pedido da canção: “Meu amor, olha só hoje o sol não apareceu”, iniciaram as cantoras, animando os foliões.

Dançando com um bambolê, Emily Bandeira, de 22 anos, diz adorar esta época do ano, até por conta de sua origem. “Sou pernambucana. O carnaval para mim é, literalmente, folia o tempo todo. Celebração da vida. Gosto pra caramba”, resume a estudante, em Brasília há seis anos.

“Acho que quem gosta de carnaval vai para a rua de todo jeito”, respondeu o professor Rafael Rangel, perguntado se a chuva era um empecilho para a diversão. “Todos os anos curto o carnaval de rua daqui de Brasília. Eu já fui para o Rio de Janeiro e Salvador, mas acho aqui bem melhor, porque é mais democrático”, elogia, apontando como diferenciais do DF os preços mais acessíveis e a diversidade de opções de bloquinhos de rua.

Para mostrar que a folia não escolhe idade, a aposentada Isaltina Rosária de Jesus, 69 anos, compareceu ao bloco protegida por um guarda-chuva. Mineira, dona Isaltina está desde 1959 em Brasília, mas todos os anos tem encontro marcado com o samba em Vitória, no Espírito Santo, onde desfila na ala das baianas.

“Acho uma boa iniciativa fazer um carnaval de rua para a gente, mas o carnaval de Brasília precisa melhorar mais. As escolas de samba não têm dinheiro para expandir. Falta incentivo. Viajo dia 15 para desfilar. Já estou com fantasia pronta”, diz Isaltina.

Esta é a segunda vez em que o Suvaco da Asa, criado em 2006, se concentra no Eixo Monumental, diferentemente de sua localização original, o que tem gerado críticas. Antes o bloco percorria as regiões administrativas Cruzeiro e Sudoeste.

“Eu acho que o bloco não tinha que ter saído do Cruzeiro. Uma hora dessas lá estaria bem mais cheio. Acho que descaracterizou. As pessoas ficaram com má impressão do carnaval depois que saiu do Cruzeiro”, afirma a estudante Luísa Correia, de 27 anos.

A opinião é compartilhada por outros foliões, como a personal trainer Roberta Salvini, 34 anos. Ela, que morava no Sudoeste, elogia a forma como o bloco passava antes, nas ruas da cidade.

De acordo com a organizadora Mariana Moreira, que está no Suvaco da Asa desde a sua fundação, o bloco foi ganhando proporções que o impediram de continuar a desfilar no meio da cidade. Durante o fim de semana, o fluxo de carros do Eixo Monumental, que dá acesso à Esplanada dos Ministérios, é bem menor.

“No primeiro ano eram 100 amigos desfilando. Em 2015, o último ano no Cruzeiro, 80 mil pessoas compareceram. Existia uma parcela da população muito descontente [com os reflexos]. Milhares de coisas quebradas, carros, camisinha no chão. Pessoas que presenciaram gente fazendo sexo no espaço público. Então a gente já estava incomodado com esse sentido, que a gente levava muito mais transtorno do que soluções carnavalescas”, justifica.

Antes do bloco principal iniciar as atitivdades, pela manhã houve uma oficina de Maracatu voltada para as crianças e a apresentação do Bloco Eletrônico Patubatê. Para a noite, além do percurso até o Palácio do Buriti, está programado o show da Orquestra Popular Marafreboi. “A nossa expectativa é fazer uma festa bonita, variada, com muita cultura popular, música de raiz, carnaval pernambucano. Misturando todos esses elementos e entregando o melhor que a gente pode”, afirma.

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