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Grife nos pés

Tênis de ‘tiozão’ estão na moda e podem custar mais de 4 mil

Publicado

Autor/Imagem:
Anna Rombino

Eles não são necessariamente bonitos nem são os modelos mais baratos do mercado, mas, de uma forma ou de outra, conquistaram os fashionistas mundo afora. Os tênis de “tiozão”, “tenão”, daddy shoes (sapatos do papai) ou ainda “tênis feios”, como estão sendo popularmente chamados, saíram das passarelas de marcas como Balenciaga, Gucci e Louis Vuitton, e já tomaram conta dos looks de street style da última temporada de moda, aparecendo nos pés de pessoas de estilos variados, de Jaden Smith a Chiara Ferragni, passando por Bella Hadid e Hugo Gloss.

“As grifes de luxo despertam esse desejo. Se fosse outra marca, talvez não teria causado essa febre”, explica o stylist Rodrigo Polack. “Quando as pessoas vêem aquela imagem do desfile, com o look montado, mesmo com a estranheza da peça, causa atração.”

A tendência começou com a Balenciaga e seu Triple S, apresentado no desfile masculino de Inverno 2017 da grife, e lançado em setembro nas lojas. E, como acontece com tudo o que cria o estilista Demna Vasaglia, com seu toque de Midas fashion, virou febre. Vendido por 795 dólares, cerca de R$2,4 mil, os exemplares esgotaram na pré-venda.

O modelo se assemelha muito aos tênis feitos nos anos 1990, que prezavam o conforto, e não tinham compromisso com o design – mesmo que essa não seja a prioridade de quem está andando com um par de daddy shoes por aí-, e faz parte da tendência esportiva que tem estado em alta nos últimos anos.

Com três camadas de sola, ele é feito de malha e couro, com um acabamento que faz com que pareça já ter sido usado, mesmo que tenha acabado de sair da caixa, e faz misturas de cores vibrantes como amarelo, azul e vermelho. Para esta temporada, a marca lançou duas versões atualizadas do calçado, um branco e um preto, de nylon com detalhes em suede.

Quem também tem o seu próprio “tênis feio” é a Gucci, com o Rhyton, feito de couro cru com sola de borracha (também bem alta), com o logo da marca estampado como se fosse um carimbo. No Brasil, ele é vendido a R$ 3.450 na Farfetch. Para esta temporada, o estilista Alessandro Michele, que comanda a grife, apostou em uma versão mais agressiva do modelo, com sola preta, cores vibrantes e uma corrente de diamantes sobre o peito do pé.

Kanye West também não perdeu tempo e criou sua própria versão, em parceria com a Adidas: o Yeezy Boost 700, inspirado em modelos antigos da marca esportiva e que lembra calçados de corrida. Ele possui duas versões, uma em cinza com preto, verde e laranja, e outra toda branca com detalhes prateados. Seu primeiro lançamento ocorreu em agosto de 2017, em uma venda surpresa, custando 300 dólares, aproximadamente R$ 975, e esgotou rapidamente. Os fãs ávidos do rapper que ficaram decepcionados terão uma nova chance de adquirir o seu próprio par a partir do próximo sábado, 10, quando o site da Yeezy voltará a vendê-lo.

Nesta febre, o mais ‘diferentão’, e nem por isso menos usado, é o da Louis Vuitton. Também com uma sola grande de borracha, ele possui uma curvatura no centro do pé e língua alongada, que conferem ao tênis um ar futurístico – ele está disponível em seis versões, uma delas com o monograma da marca. O item custa R$4,3 mil no site da grife.

Não é preciso, no entanto, desembolsar centenas (ou milhares) de reais para ter o seu próprio “tênis feio”. Marcas como Nike, Adidas, Reebok e Fila possuem versões mais acessíveis. “Se você for na loja mais descolada do momento, talvez ainda não ache os daddy shoes”, explica Polack. “Em outlets, existem tênis antigos que ainda estão no mercado e foram esquecidos, e podem funcionar.”

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