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Tiro no pé

Terroristas depredam Brasília, mas Lula continua presidente, taokey?

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Autor/Imagem:
Mathuzalém Júnior* - Foto Marcelo Camargo

Talvez seja uma ilação afirmar que o governador afastado do Distrito Federal Ibaneis Rocha, e o agora ex-secretário de Segurança Anderson Torres, foram coniventes com a barbárie ocorrida nesse domingo (8) na capital do país. Pode ser um exagero. No entanto, com certeza houve inação, omissão, ausência de ação ou, no mínimo, falta de comprometimento com a coisa pública. Infelizmente, não foi o que se viu. O resultado é a intervenção federal no GDF e a ordem de prisão de Anderson Torres, e de todos aqueles que se esconderam de agir antes, durante e depois da confusão. Além disso, certamente todos os bandidos e bandidas enrolados na Bandeira Brasileira deverão ser presos e responsabilizados penal e economicamente pelo vandalismo e pela quebradeira.

Da mesma forma, todos os financiadores do banditismo terão o mesmo destino. Se falha houve, obviamente que a ordem veio de cima. Afinal, a Polícia Militar de Brasília é a mais bem paga e melhor equipada do Brasil. Portanto, o péssimo atendimento à população e o apoio aos atos que envergonharam a nação devem ser considerados rebeldia ideológica das forças de segurança. E quem as comanda? O governador e o secretário de Segurança. Não podemos ser hipócritas e imbecis como os terroristas que integram a seita comandada pelo genocida fujão para achar que a manifestação tinha apenas cunho pacífico. Primeiro que nada teve de manifestação. Foi um ato extremo de vandalismo. Depois, nada foi mais anunciado do que a ação dos bandidos.

Mais ou menos seis quilômetros separam o acampamento onde se homiziam os antigos e novos terroristas que vandalizaram a Praça dos Três Poderes, sede do Executivo, do Legislativo e do Judiciário brasileiros. Uma caminhada normal entre um e outro ponto dura cerca de uma hora e meia. Isto quer dizer que o Governo do Distrito Federal teve tempo suficiente para armar seu esquema de segurança e evitar o banditismo observado na capital do país. Mais triste, lamentável e indigno foi perceber que a PM acompanhou a movimentação dos bandidos do acampamento até o fim da Esplanada dos Ministérios. Ou seja, a corporação e seus comandantes foram parcialmente coniventes ou lenientes com a depredação dos prédios do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal.

O noticiário é a prova de que, por muito menos, seus representantes prendem, esfolam, arrebentam e matam. Infelizmente, é a mais pura verdade. Muito mais do que as invasões, a inação das autoridades locais não apenas envergonhou o Brasil. Deixou de quatro Ibaneis Rocha, seu ex-secretário de Segurança, bem como os nazistas fanáticos bestificados e imbecilizados pelo líder maior da milícia antidemocrática. A síntese de tudo isso é muito simples. Não há como ter isenção nesse momento, tampouco complacência com esses bandidos, com quem os beneficiou e com quem facilitou suas ações. São todos marginais, foras da lei e, portanto, têm de ser punidos.

Não há hipótese de beneficiar aqueles que empoderaram, financeira e politicamente, milicianos desse nível. Brasília e o DF inteiro sabiam que a invasão estava em andamento há mais de uma semana. Por que as forças policiais não agiram a tempo? A verdade é que ocorreu um apagão na segurança do DF. O fato é que as porteiras foram arrombadas. E claro que todos pagaremos por isso, inclusive os animais que participaram da destruição golpista. Aliás, o termo animal não se aplica, pois os seres irracionais não destroem o que os beneficiam. Só as bestas que se alimentam de esterco fazem isso. Ainda sobre o governador do DF, ao exonerar o secretário Anderson Torres, ele tentou salvar seus dedos, uma vez que os anéis começaram a ser perdidos imediatamente após a invasão do Congresso Nacional. Mas Xandão, rápido no gatilho como todo bom xerife, cortou o mal pela raiz. A leoa ficará no Buriti ao menos pelos próximos três meses. Mas se tentar rugir alto…

Ibaneis Rocha passará para a história como o mandatário que não se posicionou publicamente contra o absurdo golpista desse domingo. E fez isso em nome de uma ideologia idiota que em breve deixará de existir. Será um marco histórico da cópia mal ajambrada do Capitólio que o governador reeleito não “conseguiu” prever. Difícil imaginar o contrário. Por isso, vale lembrar a todos os omissos que estupidez é saber a verdade, ver a verdade, mas ainda assim acreditar nas mentiras. Perdão pelo sincericídio, mas é o que penso dos que ainda pedem, torcem ou exigem o golpe. A esses, todo o meu desprezo. Eles contribuíram com a maior humilhação que o Brasil já viveu. O golpe mais uma vez fracassou. Luiz Inácio permanece presidente da República, Rosa Weber continua presidente do Supremo Tribunal Federal e Rodrigo Pacheco se mantém presidente do Congresso Nacional. Quanto ao Jair, que ela vá pra fora do Brasil. A rima era outra.

*Mathuzalém Júnior é jornalista profissional desde 1978

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