Curta nossa página


Retrospectiva (Continuação)

Textos que causaram polêmicas em saraus

Publicado

Autor/Imagem:
Edna Domenica - Foto Acervo da Autora

Um texto que causou polêmica (soube por pessoas mais próximas) foi Entreguismo, porte de arma e uma passeata pela paz , publicado em 13/07/2025. Colocar a palavra “arma” no título é politicamente incorreto, disseram alguns. Referir a um filme em que um aluno comete vários assassinatos na escola onde estuda pode incentivar que outros cometam atos semelhantes, disseram outros.

Anotei a lição: escrever sobre a paz não é tarefa que se com a postura de quem olha para o próprio umbigo. Por isso avalio a riqueza da escrita conjunta. E tenho escrito com amigos.

Gostaria que muitos lessem nossos textos coletivos e dialogassem conosco sobre eles.

No texto coletivo Poema ancestral participei com o que segue:

“Meu lado europeu
É um jubileu
De abraços e traços:
Um traseiro afro,
Um nariz mouro,
Pele alva (de sabe Deus!).
A face com contornos romanos

Em Madri me segregam
(Sou a cara da moça na lata do azeite)
Em Perúgia, me chamam de francesa
Em Pomerode, sou forasteira
Em Floripa, meu sotaque sofre bullying

Em São Paulo, trabalhei
E antes minha mãe também,
Em São Paulo minha nona trabalhara…
E, quando isso não é parto de dor,
O retrato do meu avô me sorri no corredor”.

Num sarau, ao ouvir o “Poema Ancestral” na íntegra (vide publicação coletiva), um homem branco da plateia me lembrou Maria Antonieta.

Recorda-se, a cara leitora ou o caro leitor, dessa rainha? Sim, a que disse, lá na França, sobre a fome do povo: “se não tem pão que comam bolo!”

Pois não é que o homem branco conseguiu me surpreender? Morador de uma cidade de SC, disse que, quando toma um ônibus, se sente diferente dos demais. Para ele, aqui vai minha irônica resposta:

– Toma um Uber, Seu Zé!

Ou vá a pé!

Mais do que nunca é necessário divulgar ações pela paz e pela inclusão social das quais temos conhecimento ou participamos.

Por isso divulgo nosso livro coletivo Rapsódia da Rua da Mooca (Edna Domenica, Eduardo Martínez, Gilberto Motta, Marlene Xavier Nobre, Rosilene Souza). Nossa rapsódia faz um retrato social sob o viés de personagens cuja tônica é a diversidade. Nas palavras de Cecília Baumann: “Rapsódia da Rua da Mooca não é apenas um livro. É [ …] acima de tudo, um gesto de resistência.”

Sobre a autora (Dados autobiográficos)

Houve um dia em que me senti como uma árvore caída… Percebi que uma séria doença atingira a humanidade: a cromofobia. Essa doença que dividiu a nação brasileira em Verde amarelentos de um lado e Vermelhos, do outro. Então inaugurei o PRCDC – “Programa de Recuperação Cognitiva e Dessensibilização de Cromofobia”. Trata-se de um projeto de leituras dos autores: Graciliano Ramos, Ariano Suassuna, João Cabral de Melo Neto, Chico Buarque de Holanda, Guimarães Rosa, Mia Couto, Conceição Evaristo.

Para os casos mais graves: Marx e Engels.

(O PRCDC tem parceria com a Igreja “Fora da ficção não há salvação”)

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2025 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.