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Pré (conceitos)

Todos nós desejamos pertencer a algum grupo…

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Autor/Imagem:
Tania Miranda - Foto Francisco Filipino

Somos guiados em nossa caminhada por este plano pelos conceitos e pré conceitos recebidos desde nossa mais tenra idade. Nossa personalidade é construída, em grande parte, pelas referências familiares. Mesmo que não percebamos tal interferência em nossa formação. Porque isso é algo instintivo, sobre o qual não temos controle. Afinal, tudo o que aprendemos na vida é através da imitação de algo que presenciamos, que vimos anteriormente. É através da repetição de determinada ação que conseguimos realizar algumas tarefas e seguimos certos padrões sociais, sobre os quais não aceitamos nenhum tipo de observação…

Claro que quanto mais nos debruçamos sobre alguma tarefa já realizada, observando seus pormenores, mais aprendemos sobre sua essência. E através dessa observação conseguimos aprimorar o processo de realização da mesma. A repetição leva à perfeição. Desde que tal procedimento seja levado realmente a sério. E essa evolução no cumprimento de nossas tarefas básicas nos leva a imaginar novas formas de realizar o mesmo com mais eficiência. E aos poucos, sem que percebamos, vamos criando não somente novos processos de realização daquilo que já conhecíamos como também construímos coisas totalmente novas, para nos auxiliar em nossas tarefas do dia a dia…

Ideias, conceitos… tudo isso faz parte de nossa rotina diária. E são aplicados em todos os momentos de nossa vida. Tanto familiar quanto profissional ou social… que, na realidade, embora não vejamos dessa forma, acabam por ser sinônimos, na medida em que não importa em qual núcleo estejamos inseridas, os três conceitos meio que acabam se tornando uma coisa só… afinal, as pessoas reunidas em um grupo profissional, mesmo que não se deem conta disso, formam uma grande família. E o mesmo se aplica a qualquer grupo social. Afinal, a definição primitiva do conceito de “família” é “uma unidade social fundamental, o primeiro espaço de socialização e desenvolvimento individual, influenciada e influenciadora do contexto social”….

Bem, sei que você pode não concordar com esse conceito, quando aplicado em outros grupos que não os familiares. Mas pense bem… mesmo que aparentemente tais situações pareçam nada ter em comum, se analisarmos friamente, todas elas são exatamente iguais… em todos esses núcleos há pelo menos dois responsáveis pelo grupo, que é guiado conforme as diretrizes acordadas entre os membros do mesmo. E, assim como na família tradicional, a maioria das regras não foram escritas por ninguém conhecido, na realidade nem existem registros das mesmas… mas simplesmente são seguidas a risca…

“Mas, espere aí… como assim, uma empresa é como uma família? Eu não serei demitida de meu seio familiar, diferente de quando sou empregada de alguém…” Tem certeza disso? Quantas pessoas não são “convidadas” a seguir seu rumo por terem quebrado algum parâmetro que rege determinada família? Afinal, cada grupo familiar tem suas regras, que aplica rigorosamente sobre todos os seus membros. E essas regras são fiscalizadas pelos dois dirigentes do grupo em questão. Quando um membro desse primeiro grupo não se enquadra nas diretrizes que lhe são ensinadas… e cobradas… ele se torna uma “persona non grata” para esse núcleo. E se insistir em continuar quebrando as regras a todos impostas, será descartado “para o bem comum”… não é raro alguns pais “convidarem” seus rebentos a seguir seu destino sozinhos, uma vez que sua visão de vida não coincide com os conceitos a eles apresentados desde seus primeiros passos. E essa divergência pode ser de qualquer natureza. Se não se enquadrar naquilo que dele é esperado, será questão de tempo até “ser demitido oficialmente” daquele grupo e ter que se virar sozinho para sobreviver…

Em uma empresa as coisas costumam funcionar de maneira similar. Enquanto o membro se enquadrar naquilo que dele é esperado, fará parte do quadro de empregados da mesma. E, olha só… tem sempre uma dupla que controla a empresa. E cada repartição, a exemplo da família original, tem sempre duas pessoas responsáveis pelo controle de seus subordinados…

“Tá, e um grupo social? Ele não funciona dessa maneira…” tem certeza disso? Como nos dois casos anteriores, a maioria das regras a serem seguidas não foi escrita por ninguém. E são as regras mais rígidas, aquelas que de todos serão cobradas e das quais não se aceita que sejam desrespeitadas. Não importa sobre o que versem. Serão sempre o pilar a guiar o grupo, não importa qual a sua diretriz. E aqueles que não se enquadrarem em suas exigências serão descartados. Ah, sim… haverá sempre uma dupla no comando, como no seio familiar. A figura do “papai” e da “mamãe” estarão sempre presentes… um, para determinar as regras a serem seguidas, a outra, para agir como advogada de defesa quando um dos membros transgredir as leis que os governam… mas se tais transgressões se tornarem contumazes, a dupla em comum acordo “convidará gentilmente” a pessoa em questão a se retirar e procurar outro lugar onde se encaixe melhor…

Sim, somos seres guiados sempre por um duo. As decisões, mesmo quando monocráticas, sempre são discutidas em dupla. Alguém terá que arcar com o ônus da decisão, mas ninguém decide sozinho…

E assim, mesmo que não pareça a princípio, estamos sempre fazendo parte de uma família. E em todas elas somos remunerados. E também remuneramos. Através de trocas. Pode ser qualquer tipo de troca. A nossa forma de comercializar é o escambo. Sempre trocamos uma coisa por outra. Mesmo que não percebamos que tal se sucede. Ou você acha que, quando recebe seu salário, isso não é uma forma moderna de escambo? Você trocou algumas horas de sua vida por uma certa quantia de dinheiro, que te possibilitará adquirir alguns itens que são necessários para sua sobrevivência. Em alguns casos haverá excedente. Mas mesmo quando a troca era apenas por bens materiais, tal se sucedia…

A troca de conhecimento é, talvez, a mais importante de todas as formas de recompensa. Pois ela nos permite evoluirmos. Nem sempre como pessoas. Mas evoluímos. E, no final das contas, é isso o que realmente importa, não é mesmo? Seguir sempre em frente, rumo ao futuro… à imortalidade. Que é o sonho de toda alma mortal… que faz o que for preciso para garantir seu lugar no panteão daqueles que nunca morrem… e assim, vamos seguindo sempre rumo ao futuro… seja ele iluminado ou escuro como um breu… só depende do caminho que escolhermos seguir…

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