Na cama
Tontura que faz zonzos, atônitos e tontos diante do gira-mundo
Publicado
em
Deitado,
A terra pisou no acelerador
Deixou de sentir os pés
Sentiu o ar rodopiar
Corpo dançante – sem pisar.
Sensação estranha – movimento incontrolável
Velocidade da rotação do planeta
Rodou sem gravidade
Fechou os olhos –
Deixou- se levar pelo rodamoinho
Precisou mantê-los reabertos – vivos
Saber a direção que estava sendo levado
Apoiou-se na força,
Abraçado ao travesseiro.
Para sobreviver ao turbilhão.
Deitado
Lutou contra a sensação do descontrole
Quando o chão não oferece paz
Permissão de mergulho,
Arrastado em caracol.
Pelo o ar serpenteado
Sem aperto. Abraçado,
Levado.
Deitado
Parou de lutar.
Aceitou a derrota do gira-mundo
Sem parar
Estranhamente, ao se render.
Aos poucos
Os dedos dos pés antes dormentes,
Começaram a se firmar
O mundo voltou do divagar,
Buscou o prumo.
Parou de rodar
E por instantes, totalmente zonzo.
Fica atônito e até parvo por não saber lidar
Bendita tonteira que faz reconhecer
O bem e o mal – do ficar de pé
E deitado, agora pode levantar.
Porque…
Não há rodamoinho que não venha passar.