Tropa de Hugo Motta reencarna Satanás de rabo 

Nobre deputado Hugo Motta, quem diria que um dia o povo sentiria saudade de Eduardo Cunha, de Ibsen Pinheiro, de Paes de Andrade, Inocêncio Oliveira e de Severino Cavalcanti, todos de péssima lembrança para a política nacional. O tempo passou, o povo os esqueceu, mas não se emendou. Tanto que o elegeu, assim como trouxe para Brasília a tropa antidemocrática que o segue. Pior são os que o elegeram presidente da Câmara dos Deputados. Juntos, eles parecem a reencarnação do Satanás de rabo.

Triste sina de um Congresso que, após décadas de histórias positivas, parece ter sido recriado para abrigar exclusivamente parlamentares farsantes e craques na arte de enganar seus representados. Dissimulados, desavergonhados e com altas habilidades afanadoras do dinheiro público, os atuais congressistas, com destaque para os deputados, transformaram o Legislativo em lamaçal, de modo que pudessem chafurdar sem a necessidade de se encapuzar.

Dizer que a Câmara e o Senado eleitos em 2022 são representações da mentira é muito pouco para as patifarias que seus membros produzem. Quase três anos após serem empossados, os eleitos na esteira de golpistas estagiários nada fizeram em benefício do país. Muito pelo contrário. Se tivessem a força que achavam que tinham, teriam lançado o Brasil em uma ditadura ainda mais cruel do que a de 1964.

Fracassados no golpe, felizmente também fracassaram em todas as tentativas de livrar condenados da cadeia, entre eles o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, aquele que foi sem nunca ter sido. Incapazes até como tiranos, buscaram na figura insossa, inodora e idiotizada de Hugo Motta o pífio argumento de que a dosimetria das penas tem por objetivo pacificar o Brasil. Com ou sem eles, o Brasil está pacificado e assim permanecerá depois de 2026.

Enganador como a maioria de seus pares contrários à democracia, Motta sequer passou no texto de conhecimentos constitucionais gerais. Defendeu e votou a favor da manutenção do mandato de Carla Zambelli, mesmo tendo sido avisado da impossibilidade de alguém sem os direitos políticos se manter parlamentar. Coisa de quem defeca em plenário, mas paga para ver quem vai limpar sua caca.

Não tenho argumentos suficientes para mostrar ao povo de todos os rincões brasileiros que, além de desconhecer a história recente do Brasil, vossa excelência parece não saber o resultado de nove vezes nove. Se soubesse, não apostaria em delinquentes, tampouco daria a vida pelo 17 ou pelo 22. Retrato fiel da degradação política, Hugo Motta não perde por esperar. Quem sabe até a eleição ele aprenda que, se dividirmos por três os 27 anos em que Bolsonaro ficará preso, somados aos 10 de condenação de Carla Zambelli e os dois anos de seu mandato como presidente da Câmara, chegaremos ao 13 do Lula 4. Pense nisso, Latorraca.

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Sonja Tavares é Editora de Política de Notibras