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Cúpula no Alasca

Trump e Putin disputam partida de xadrez onde cada lance ecoa na Ucrânia

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque - Foto de Arquivo

O relógio de xadrez marca o início às 10h02 locais. Trump, com as peças brancas, avança seu peão do rei duas casas — um gesto clássico de abertura. Na metáfora do tabuleiro real, é a sinalização de que está disposto a ocupar espaço rapidamente, talvez oferecer à Ucrânia uma retaguarda mais firme nas negociações com o Kremlin.

Putin, sem pressa, responde com o peão do rei também avançando duas casas. É a mensagem clara: “Não recuo, mas também não precipito o ataque.” O salão permanece em silêncio absoluto, exceto pelo ruído metálico do relógio sendo pressionado.

No terceiro lance, Trump movimenta o cavalo do rei — equivalente, na arena diplomática, a enviar emissários discretos à Europa Oriental para sondar a disposição de aliados como Polônia e Hungria. Putin, em contrapartida, avança seu bispo para a diagonal longa, projetando influência sobre regiões que vão além da Ucrânia, como Moldávia e Geórgia.

O quinto lance traz tensão visível: Trump avança um peão lateral, uma jogada menos comum, mas interpretada pelos analistas como teste de novas sanções econômicas. Putin reage com um avanço de torre — no tabuleiro real, reposicionando tropas na fronteira ucraniana como aviso silencioso.

Aos 15 minutos de jogo, o primeiro confronto direto: um peão branco captura um peão preto no centro do tabuleiro. É a versão simbólica de uma resolução do Congresso americano aprovando mais ajuda militar a Kiev. Putin, sem alterar a expressão, captura o peão adversário com seu cavalo — um recado de que a resposta militar russa pode ser rápida e imprevisível.

O meio-jogo se desenvolve com trocas de peças pesadas: torres e bispos deixam o tabuleiro como sanções, contra-sanções e expulsões de diplomatas. A cada lance, as mãos dos dois líderes tocam as peças com movimentos estudados, mas os olhares permanecem fixos, sem piscadas longas.

Aos 42 minutos, Putin executa um roque — protegendo seu rei e ativando a torre. Analistas traduzem o lance como reforço interno à segurança russa e aliança estratégica com Pequim. Trump, por sua vez, mobiliza sua rainha com agressividade, mirando a ala esquerda adversária — metáfora para pressões multilaterais no Conselho de Segurança da ONU.

O relógio se aproxima da primeira hora de partida e, fora do salão, repórteres aguardam. Nenhum comunicado oficial será feito antes do fim. Lá dentro, cada lance parece mais um capítulo de uma narrativa em que não há vencedores claros.

Se houver xeque-mate nesta sexta, 15,, será apenas no tabuleiro de madeira. No jogo real, entre Moscou, Washington e Kiev, as peças continuarão a se mover muito depois que o último aperto de mãos for fotografado.

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