Beira do abismo
Trump mobiliza frota nuclear após ameaça russa de retaliar com suas armas atômicas
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A sexta-feira, 1, ficou carregada de tensão geopolítica no meio da tarde, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciando a mobilização de dois submarinos nucleares para “regiões apropriadas” do planeta, após declarações explosivas do ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev. A medida reacende os fantasmas da Guerra Fria e projeta no horizonte o espectro sombrio de uma guerra nuclear.
Na véspera, Medvedev – aliado incondicional de Vladimir Putin e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa – evocou o mais temido artefato da era soviética: o sistema de retaliação nuclear automática conhecido como Perímetro, ou “Mão Morta”. Segundo ele, Trump deveria recordar que Moscou ainda detém o poder de lançar mísseis nucleares mesmo no caso de aniquilação de sua liderança — um botão fantasma capaz de acionar o apocalipse.
A resposta de Trump veio em tom cortante, através da rede Truth Social:
“Diante das declarações altamente provocativas de Dmitry Medvedev, determinei o envio de dois submarinos nucleares às regiões apropriadas, em caráter de precaução, caso tais palavras insensatas e inflamadas representem algo além de bravatas. Palavras importam — e às vezes, levam o mundo a lugares dos quais não se pode voltar. Espero sinceramente que este não seja um desses casos.”
O “Mão Morta”, por muitos considerado o dispositivo mais aterrador já concebido pela engenharia militar, foi criado para garantir a destruição mútua em caso de ataque contra Moscou. Trata-se de um sistema automático e impiedoso, desenhado para lançar ogivas mesmo que o comando russo já tenha sido obliterado. Em suas próprias palavras, o Kremlin já o definiu como uma arma apocalíptica.
Horas antes de revelar a movimentação dos submarinos, Trump ainda lamentou publicamente as mortes no prolongado conflito entre Rússia e Ucrânia e voltou a conclamar as partes a firmarem um cessar-fogo. No entanto, o tom conciliador rapidamente deu lugar à ameaça: na última terça-feira (29), o republicano estabeleceu um ultimato à Rússia — dez dias para aceitar a proposta de trégua de 60 dias feita pelos EUA. Caso contrário, prometeu que a Rússia e seus aliados comerciais sofreriam duras sanções econômicas, incluindo tarifas de até 100%.
Enquanto o relógio geopolítico avança perigosamente rumo à meia-noite, o mundo observa, suspenso entre a diplomacia que vacila e os gatilhos nucleares que já parecem engatilhados. A história, mais uma vez, segura a respiração.
