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Chuva de bombas

Trump sai do acordo nuclear e gera nova crise com russos

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Bartô Granja, Edição

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que vai retirar os Estados Unidos do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, conhecido como INF, com a Rússia. Segundo Trump, Moscou violou o acordo.

Trump, porém, não deu detalhes sobre sua acusação. “Vamos encerrar o acordo e, em seguida, vamos desenvolver armas, a menos que a Rússia e a China concordem com um novo acordo”.

O pacto, assinado em 1987, ajuda a proteger a segurança dos EUA e seus aliados na Europa e no Extremo Oriente.

O acordo proíbe os Estados Unidos e a Rússia de possuírem, produzirem ou testarem mísseis de cruzeiro lançados no solo com um alcance entre 500 quilômetros e 5.500 quilômetros.

Trump fez o anúncio neste sábado, após participar de um comício em Elko, no estado de Nevada. O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, viajou neste sábado à Rússia, Azerbaijão, Armênia e Geórgia.

Reação – Autoridades russas criticaram intenção do presidente norte-americano. O vice-ministro de Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, disse à agência de notícias estatal Tass neste domingo que abandonar o tratado seria “um passo muito perigoso.

Para Ryabkov, a ação de Trump “causará a mais séria condenação de todos os membros da comunidade internacional que estão comprometidos com a segurança e com a estabilidade”. “Condenamos as continuadas tentativas de obter concessões por parte da Rússia por meio de chantagem, ainda mais num assunto com importância para segurança internacional, segurança de armas nucleares e para manutenção de estabilidade estratégica”, acrescentou.

O senador Konstantin Kosachev, chefe do comitê de Relações Exteriores, afirmou ainda por meio de seu perfil no Facebook que a saída dos Estados Unidos do tratado poderia significar que “a humanidade está prestes a ver completo caos na esfera de armas nucleares”. Para ele, o abandono do tratado poderia prejudicar seriamente os esforços pela não-proliferação de armas nucleares.

O presidente russo Vladimir Putin ainda não comentou o anúncio de Washington, mas a Rússia nega ter violado o tratado que proíbe o uso de mísseis de curto e médio alcances assim como impede testes, produção e alocação de mísseis terrestres. A Rússia desenvolve um sistema de mísseis conhecido como 9M729, mas Moscou afirma que está cumprindo as regras do acordo.

À agência de noticias RIA Novosti, Ryabkov disse ainda que Moscou já comunicou Washington repetidamente que não há razões para acusar a Rússia de violar o acordo. De acordo com ele, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, deve se encontrar com o assessor de Segurança Nacional norte-americano John Bolton na segunda-feira, em Moscou.

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