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Segue o baile

Turma do tá pior, tá melhor, já busca próximo nome para avacalhar tudo

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Arimatyheia Martins - Foto Cadu Pinotti

Desde sua ascensão à vida pública, lá pelos idos que fiz questão de esquecer, a trajetória do moço da borduna mais parece uma ópera bufa. Sob seu comando, o Brasil virou uma grande comédia internacional. Tomara que, enquanto aguardamos a peça principal, o país não acabe em tragédia. Foram tantas as fantasias, as zombarias que, sem margem de erro, poderia definir sua chalaça política como uma sucessão de piadas desconexas e sem graça. Tão sem graça que uma tentativa de golpe de Estado virou conversa de fila de banco, de supermercado, de botecos e até de velórios das classes B, C e D. Os da A não morrem com medo de serem confundidos com aquilo que não afunda.

Diante dessa constatação, não há como esquecer das duas coisas definidas por Albert Einstein como infinitas: o universo e a estupidez humana. Para azar do povo brasileiro, ainda não há certeza absoluta em relação ao universo. Infelizmente, no mundo de fantasia daquela turma que viaja na maionese, come carne estragada e, às vezes, masca chiclete usado, o fundo do poço brasileiro é apenas o segundo passo. O primeiro foi a publicidade em torno do romance da carochinha entre o clã do besteirol maldoso e o mestre norte-americano da maldade. Não passará de tentativas, mas quem conseguirá informá-los que, mesmo perversos, amadores têm vida curta?

Como há sempre uma noite no meio do dia após o outro, a fantasia de milhões imaginada pela família Addams para o baile de máscaras na Casa Branca foi rasgada bem antes do tempo. Seria o baile dos sonhos de pessoas estreladas e loucas? Seria não fossem os milhões de prejuízo deixados para o povo pelo escoteiro com cara de idiota que vem causando mal ao país desde que buscou amparo na língua afiada do morcegão dourado do Hemisfério Sul. Por aqui, além das hienas que não foram convidadas para o convescote carnavalesco, a centopeia sem farda permanece tentando rastejar mais rápido para fugir de dois sapos que estão na curva à sua espera: o cururu e o barbudo.

E segue o baile. O salão está pegando fogo, mas ele, o mito que rasteja, se mantém dançando no fio da navalha, como se fosse o chefe do escotismo. Nesses bailes de mascarados, nada é sério. Por isso, como me mantenho permanentemente ocupado, não tenho tido tempo para prestar atenção às suas insanidades. Ainda bem que, desde sua posse como “representante do povo”, sempre considerei suas opiniões iguais aos anúncios do Youtube, os quais ignoro em cinco segundos. Ignorei de tal modo que, mesmo fugindo aos meus princípios democráticos, bati palmas no fim do seu mandato.

Reitero que não aplaudi porque gosto, mas porque terminou. Logo após sua posse, eu, o Brasil e o mundo notamos que seu jeito de convencer é muito peculiar: o sujeito dá o braço e quando vê a pessoa já quer o corpo inteiro. Esse perfil se clareou no dia em que todos nós percebemos que sua vida pública estava bem próxima do buraco negro. Pois é justamente para esse buraco que o morcegão, seu novo amigo brasileiro e o filho escoteiro querem nos levar. Me perdoe a intimidade, mas sugiro que, a menos que seu nome seja Google, que o melhor caminho é parar de agir como se soubesse de tudo. Na verdade, não sabe de nada.

Se soubesse, não estaria às portas do calabouço. Já passei da época do tal TCC, mas se fosse obrigado a fazê-lo teria uma dúvida: quantas vezes o mito e seu menino malvado entraram na fila do egocentrismo. Aliás, depois de ouvir algumas de suas caricatas lives, tive a certeza de que a luz viaja mesmo mais rápido do que o som. Por quê? Porque algumas pessoas parecem brilhantes até ouvirmos seu blá-blá-blá. Fui claro? Falando sério, para pessoas que, como ele acham que o mundo gira ao seu redor, tenho um conselho: procure um otorrino, pois pode ser labirintite.

Por falar em conselho, lembro de um do romancista Oscar Wilde. Segundo Wilde, alguns causam felicidade onde quer que vão; outros sempre que se vão. Parece que é esse o seu caso. Ou não? Provavelmente sim, principalmente após a confirmação de que muitos “patriotas” arrependidos estão decididos a amar o próximo, pois o anterior todo mundo sabe que não deu certo. Mesmo sedado ou chapado em um baile de máscara, costumo não me esquecer de um rosto. O dele não me sai da memória. Sobre aqueles que adoram fazer número nas manifestações da orla de Copacabana e da Avenida Paulista, a história nos ensina a não se preocupar com o que pensam. Afinal, eles não fazem isso com frequência.

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