Infância no Nordeste
Uma celebração da cultura, da arte e da esperança
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No sertão, onde o sol parece pintar o chão de ouro e o vento sopra histórias antigas, a infância é feita de simplicidade e encanto. Não há brinquedos caros nem parques modernos, mas há o campo aberto, o rio que refresca o corpo e a alma, e a terra que ensina o valor da vida desde cedo.
As crianças do Nordeste crescem entre o cheiro do cuscuz quentinho e o som do aboio que ecoa ao longe. Aprendem a dançar com o forró, a correr descalças na poeira e a transformar o pouco em muito — uma lata vira tambor, um pedaço de madeira se torna brinquedo, e o riso, esse sim, nunca falta.
A escola é muitas vezes um refúgio: lugar de sonho, de lápis coloridos e de esperança escrita em cada caderno. Entre as aulas, a vida pulsa com a força da cultura — o cordel pendurado nas feiras, as rezas nas festas de padroeiro, as quadrilhas de São João que fazem o céu brilhar em fogos e sorrisos.
Ser criança no Nordeste é crescer com o coração valente e o olhar poético. É aprender com o avô que a seca ensina, mas não vence. É ouvir da avó que fé é coisa que se planta e floresce mesmo em terra dura.
Nessa terra de contrastes, a infância é resistência e beleza. É a arte de viver o presente com alegria, mesmo quando o futuro é incerto. É a certeza de que, enquanto houver riso de menino e cantiga de ninar, o Nordeste seguirá sendo o berço da esperança — viva, teimosa e colorida como o pôr do sol sertanejo.