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UnB convoca ato contra violência após a morte da estudante Louise Maria

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Bartô Granja

A Universidade de Brasília está convocando alunos, professores, técnicos-administrativos e toda a comunidade para um ato contra a violência, em homenagem à estudante Louise Maria da Silva Ribeiro. Ela foi assassinada por um colega de faculdade depois de, segundo depoimentos colhidos pela polícia, recusar-se a ter um relacionamento com ele.

A manifestação será nesta segunda-feira (14), às 15h30, no teatro de arena do campus Darcy Ribeiro. A UnB reiterou em nota, neste sábado, sua manifestação de indignação e de pesar pela morte violenta da aluna do curso de Ciências Biológicas. A instituição se solidarizou com a família e os amigos de Louise e se colocou à disposição para conceder o apoio necessário.

O evento desta segunda-feira contará com a participação de membros da administração superior, docentes da Universidade e representantes da ONU Mulheres Brasil. O corpo de Louise Maria da Silva Ribeiro, de 20 anos, foi encontrado na manhã de sexta-feira, 11, depois de o próprio suspeito indicar o local. Ele foi preso.

Sumiço – A jovem, que estudava Biologia e fazia estágio no Ibama, foi morta no laboratório de química da universidade na noite de quinta-feira. Segundo a polícia, Vinícius Neres, de 19 anos, aluno do mesmo curso, a asfixiou com um pano embebido em clorofórmio e, depois, abandonou o corpo em um matagal.

O último contato que Louise fez com a família foi às 20h de quinta-feira, avisando, por telefone, que iria a uma pizzaria. Segundo texto publicado pela irmã no Facebook, ela não foi ao local nem apareceu em casa, causando preocupações à família. Em busca da estudante, amigos espalharam cartazes no câmpus e reforçaram as mensagens nas redes sociais. O pai registrou o desaparecimento na manhã desta sexta e, com o início das buscas, o carro da vítima foi localizado no estacionamento da universidade.

O suspeito foi apontado por outros colegas da Faculdade de Biologia, pois teria “uma fixação” na menina. Procurado, não se negou a ir ao encontro dos policiais, a quem confessou o feminicídio e o local onde deixara o corpo de Louise, em uma área no Setor de Clubes Nortes, nas proximidades da universidade De acordo com o capitão da PM Jorge da Silva, Neres aparentava distúrbios psicológicos, pois teve “calma e tranquilidade” durante a confissão e “sorriu por várias vezes”.

Premeditado – Baseada no depoimento do próprio suspeito, a polícia afirma que, logo depois que ela ligou para a família, na noite de quinta, Neres a contatou, anunciando um suicídio que “só ela poderia evitar”. Os dois teriam marcado, então, um encontro no laboratório, onde o crime ocorreu. Registrado na Divisão de Repressão a Sequestros, o depoimento de Neres afirma que, assim que se encontraram, Louise abraçou o rapaz. Ele teria tido um “ataque de fúria”. Há ainda a suspeita, segundo a polícia, de que ele tenha violentado sexualmente a jovem.

O suspeito está detido e deve ser julgado por feminicídio (homicídio doloso – com intenção de matar – praticado contra a mulher) e ocultação de cadáver. Segundo a polícia, o crime pode ter sido planejado, pois há indícios de que Neres já estaria em posse da substância tóxica há pelo menos um mês.

A UnB se manifestou “consternada” com a morte da estudante, afirmando, em nota, que “a trágica perda da jovem aluna traz profunda dor à comunidade acadêmica e certamente deixa estarrecida a sociedade do Distrito Federal”. Informou, ainda, estar à disposição para prestar apoio à família. “A instituição aguarda a elucidação do caso pelas autoridades policiais com a confiança de que os responsáveis sejam devidamente punidos”, escreveu a administração, decretando luto.

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