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Bandidagem blindada

Unidos no combate ao crime, Motta e Derrite dão um balão nos federais

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Autor/Imagem:
Wenceslau Araújo - Foto de Arquivo

Que fase a da direita do boyzinho Hugo Motta (Republicanos-PB) e da extrema-direita do Capetão Derrite (PP-SP). Para atender o futuro presidiário Jair Bolsonaro e seus meninos maluquinhos, tudo que eles fazem gera bosta. Tentando atingir a inabalável candidatura de Luiz Inácio à sua quarta encarnação na Presidência da República, eles esticam a corda, apontam a atiradeira, mas normalmente o que bate volta. E volta com força. Jogando para a plateia, ambos patentearam como seus o PL Antifacção, originalmente redigido e finalizado pelo governo Lula.

Como exageram nas lambanças, o que foi apresentado nos seis relatórios e votado pela maioria composta de capachos de Jair Messias não condiz com a realidade brasileira. Muito pelo contrário. Se a ideia era conter a sanha do crime organizado, o projeto aprovado vai na contramão do que esperava a sociedade. Na prática, um substitutivo encaminhado por Derrite na undécima hora pode desmantelar o modelo de combate à bandidagem estruturada.

Se referendado pelo Senado, a Polícia Federal só poderá atuar contra facções e milícias mediante solicitação do governador ao ministro da Justiça. Brincadeira, molecagem ou as duas coisas juntas? Organizado em escolas de samba em diretórios políticos, em clubes sociais, em redes de policiais e até no Congresso Nacional, o crime não é de hoje que dá as cartas em todas as unidades da Federação, inclusive no Distrito Federal. Até aí, nenhuma novidade para pelo menos dois terços da população brasileira.

No terço que nada vê, nada ouve e nada faz, estão expressiva parcela da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Para azar deles, ainda existem juízes no Brasil e em Brasília. Por isso, a expectativa generalizada é que o Frankenstein denominado PL Antifacção morra na praia caso chegue ao Supremo Tribunal Federal. Diante do amontoado de artigos inconstitucionais incluídos como água no feijão, a antiproposta certamente chegará à Corte para as devidas canetadas dos ministros comprometidos com as leis.

Os descompromissados talvez fechem os olhos, agucem os ouvidos moucos e deixem o povo à mercê da bandidagem armada, engravatada e endinheirada. No lero-lero produzido pelo deputado Guilherme Derrite, a maior das inconstitucionalidades é a clara violação dos direitos humanos. Talvez imaginando que todos os brasileiros são idiotas, Derrite decidiu blindar amigos, correligionários e financiadores tirando os poderes da PF. Por isso, cabem duas perguntas de fáceis respostas. Por que a direita e a extrema-direita não querem a PF no comando da segurança nacional? Por que derrubar o projeto do governo federal justamente agora que Luiz Inácio se apresenta como o candidato presidencial a ser derrubado? Na verdade, a ser implodido?

Cagaço de ficar sem mandato e ser preso sem direito à domiciliar! Simples assim. É uma bomba a ser explodida na cabeça dos inexpressivos deputados que tentam impedir Lula de subir a rampa do Palácio do Planalto pela quarta vez. Como a fase é negra para os extremistas sem causa, resta aos bajuladores de ovos murchos buscar novos ninhos para chocar os pintos. Aposto e dobro como metade mais meia dúzia dos deputados e senadores do PL, PP, Republicanos e similares farão parte da faxina parlamentar que o eleitorado vem prometendo para 2026. Mexeram no vespeiro e acabarão “mortos” antes mesmo da abertura das urnas.

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Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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