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Sem o fanatismo que mata

Urna eletrônica ainda é o caminho da paz e da brasilidade

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Autor/Imagem:
Armando Cardoso - Especial para Notibras - Foto Tânia Rêgo

Pior ano do Brasil contemporâneo, 2021 terminou exatamente como começou: sem governo, sem perspectivas e sem futuro, pelo menos até outubro deste 2022 que se inicia. Além de fúnebre, alcançando mais de 619 mil mortes por conta daquela “gripezinha” sem importância, o terceiro ano do período bozolítico ficou marcado por uma fieira de incertezas, dúvidas e algumas confirmações, a maioria decorrente da fraude eleitoral de 2018. Elegeram um presidente sossegado com as mazelas do país, assoberbado com os problemas da família, especialmente dos filhos varões, e absolutamente despreocupado com tudo aquilo que não seja poder, poder e poder. Às vezes, lazer, lazer e novamente poder.

Péssimo para o Brasil e pavoroso para os brasileiros, 2021 teve uma série de coisas boas para segmentos diversos. A primeira delas comprovou o que a maioria do eleitorado cravou desde o resultado da última eleição presidencial: Jair Bolsonaro nada tinha de Messias, nada sabia de política administrativa e, portanto, seria um zero à direita e à esquerda. E foi. E é. Boa parte do povo também chegou à conclusão de que Neymar Júnior não é o craque capaz de conduzir o país ao hexacampeonato mundial de futebol. Chegou a ser fora de série, mas hoje não passa de mais um bom jogador formado na Terra Brasilis e que faz sucesso no exterior. Ou seja, tanto no campo quanto na urna carecemos de representantes com mais robustez e menos firulas.

Politicamente, bolsonaristas responsáveis e lulopetistas sem extremos passaram pela pandemia certos de que o principal desafio de 2022 é a necessidade de convergência sociopolítica do povo. Não importa a ideologia professada. O que realmente deve importar é o Brasil. Resolver questões como a fome e o desemprego pode ser o início do problema maior e até agora insolúvel: a desigualdade. Queiramos ou não, a solução passa obrigatoriamente por uma escolha pelo menos razoável em outubro próximo. Falta muito pouco, mas o tempo é suficiente para avaliarmos bem os candidatos que se apresentam. Lembremos que, infelizmente, nesse meio não existe perfeição. Entretanto, há alguns tão imperfeitos que, caso hajam outras encarnações, voltarão imperfeitos.

Nós, os eleitores, é que devemos mudar. Não esqueçamos que o novo velho entendimento do presidente da República em relação ao pouco caso com os que sofrem já fez muitas vítimas. O que era show no começo do governo acabou em frieza e desprezo nas duas últimas semanas do ano findo. Chega de fanatismos para lá ou para cá. Renovemos a alma e o voto na urna eletrônica. Aliás, a maquininha de votar foi o que restou sem manchas em 2021. Apesar das numerosas tentativas dos bolsonaristas sem programa e sem apego ao país, as resistências do sistema eletrônico de votação continuaram firmes. Tentaram defenestrá-la, mas a urna defendida com unhas e dentes pelo meu amigo Zé permaneceu segura, inviolável e inquestionavelmente transparente.

Além da escolha certa, resta esperar para saber se o próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, acertou na indicação do general Fernando Azevedo e Silva para comandar o administrativo-financeiro do pleito deste ano. Ex-presidente do TSE por três vezes, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello acha que não. Ele classifica a nomeação do ex-ministro da Defesa para a direção-geral da Corte eleitoral como mau exemplo. Segundo ele, nem durante a ditadura os militares comandaram os tribunais. Também ex-presidentes do TSE e igualmente aposentados do STF, Francisco Rezek e Ayres Britto divergem de Marco Aurélio.

Rezek avalia o general como servidor público exemplar e Britto espera que Fernando Azevedo não aja como general enquanto estiver no cargo. É o que também esperam os que torcem pela serenidade democrática e por um Brasil sem exceções e com torcedores apaixonados apenas pelos brasões futebolísticos. Mesmo assim com respeito e sem o fanatismo que ignora, segrega e mata. Torçamos para que o general cale a boca dos que chegaram a usar a fraude da fraude na urna eletrônica como mote para um golpe eleitoral. Meu amigo Zé, o ninja que não se cala, estará atento para evitar que lunáticos desavisados tentem torpedear como novos bullying  o único caminho capaz de burlar o funcionamento da maquininha de votar: a tomada elétrica. Resumindo, a urna eletrônica ainda é o caminho mais curto para encontrarmos a paz, o equilíbrio e a brasilidade esquecida.

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