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Corrida ao Planalto

Urna terá nomes de mais de 10 candidatos; nenhum empolga

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Autor/Imagem:
Cláudio Coletti

Faltando apenas 160 dias para as eleições, o cenário da sucessão presidencial está muito embaralhado e cheio de incertezas. Até 15 de agosto – último dia para o registro na Justiça Eleitoral dos candidatos aos diversos cargos – muitas reviravoltas poderão acontecer e muitos dos atuais pré-candidatos serão colocados fora da corrida presidencial.

Entre os políticos vai se consolidando uma certeza: se os partidos do centro-direita (MDB, PSDB, DEM, PP, PSD e PTB) não se unirem em torno de um candidato, eles correm o sério risco de não disputarem o 2° turno.

Nenhum dos seus pré-candidatos conseguiu, até agora, sensibilizar o eleitor. Todos eles aparecem nas recentes pesquisas eleitorais com uma intenção de votos pífia, oscilando entre 1 e 3%. Apenas Geraldo Alckmin consegue chegar aos 8%.

Enquanto isso, Lula, mesmo na prisão, e o pré-candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro, bancado pelo nanico PSL, lideram as pesquisas com 30% e 17%, respectivamente, segundo dados do Datafolha.

O PT continua batendo bumbo pró-Lula, mesmo sabendo que ele será declarado inelegível por ser considerado ficha suja. Até o dia 15 de agosto os petistas estarão percorrendo o país com a história de que ele é vitima dos políticos e dos juízes. Caso seja de fato declarada a inelegibilidade de Lula, a cúpula do PT pertente oficializar Fernando Haddad, ex-prefeito da cidade de São Paulo, como seu candidato ao Palácio do Planalto. Lula atuaria como seu principal cabo eleitoral.

A candidatura de Haddad, porém, está sendo questionada por expressivos caciques do partido. O ex-governador da Bahia, Jaques Wagner, está defendendo uma coalização dos partidos com viés de esquerda para o lançamento de um candidato, não precisando ser ele do PT. Fernando Haddad, nas recentes pesquisas do Datafolha, aparece com apenas 3% das intenções de votos.

Apontados como candidatos da esquerda, Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes, estão apostando para que lula fique de fato fora da corrida presidencial, para tentarem abocanhar os votos dos petistas. Nas pesquisas Datafolha, Marina Silva chega a 15%, num cenário sem Lula candidato, vindo atrás, com 10%, Ciro Gomes. Mas ambos os pré-candidatos estão na linha de tiro dos caciques do PT pelo fato de terem feito cara de paisagem durante a batalha que Lula travou para não ser levado à prisão. Viraram inimigos de Lula, e assim vão ser tratados.

No DEM, seu pré-candidato, deputado Rodrigo Maia, sofreu um duro golpe. O presidente nacional do partido, ACM Neto, prefeito de Salvador, desistiu de ser candidato ao governo da Bahia. Será menos um forte palanque eleitoral para alavancar a candidatura de Maia. ACM afirmou que o DEM só participará das eleições presidenciais se o seu pré- candidato, no caso Rodrigo Maia, estiver com pelo menos 10% das pesquisas. As divulgadas na semana passada pelo Datafolha apontam Rodrigo Maia com apenas 1%.

Deixando o governo de São Paulo, Geraldo Alckmin perdeu as prerrogativas do foro privilegiado. Por isso, a ministra Nancy Andright, do Superior Tribunal de Justiça, transferiu para Justiça Eleitoral de São Paulo o exame da denúncia de que o ex-governador paulista teria se beneficiado com recursos do caixa- dois em suas campanhas passadas. Ficou, assim, Alckmin livre das garras da Lava-Jato.

Já Bolsonaro foi denunciado pela procuradora-geral da República Raquel Dodge, pela prática de ato de racismo contra quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTS. O filho dele, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), também foi denunciado por agressão a uma jornalista.

Jair Bolsonaro, no fim da semana passada ao retomar de uma viagem a Roraima, foi levado para o Hospital do Exercito, no Rio de Janeiro, por apresentar problemas de saúde.

Quanto ao MDB, nenhum dos seus caciques acredita que Michel Temer consiga ultrapassar os obstáculos que tem pela frente para ganhar condições para pleitear sua reeleição. Na pesquisa Datafolha, 87% declaram que não votarão nele e nem em candidato que ele apoiar.

Está para ser oficializada pelo PSB a pré-candidatura do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Nas pesquisas Datafolha, ele aparece com 10% dos pesquisados. Se sua candidatura presidencial não avançar, a ideia do PSB é lança-lo candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro.

Apresentado como “pacificador”, o ex- ministro Aldo Rebelo foi oficializado, no inicio da semana, como pré- candidato à Presidência da Republica pelo solidariedade, presidido pelo deputado Paulinho da Força Sindical. Esta é dissidência do grupo politico que havia prometido apoio ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia.

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