Ver golpistas tentando escapar de Xandão vira roteiro para comédia

Ontem começaram os depoimentos sobre a tentativa de golpe de Estado. Sim, o assunto é sério, gravíssimo, coisa que deveria deixar todo mundo com o cenho franzido e a gastrite no grau máximo. Mas quem me conhece sabe que, em momentos de tensão política, escolho o caminho da leveza. Prefiro rir a surtar. Deixo o colapso nervoso pro Alexandre de Moraes, que, aliás, já deve estar com a alma morando numa banheira de gelo desde 2021.

Então, é claro que eu me diverti. Com os memes, principalmente. Porque, enquanto Mauro Cid entregava mais que entregador de aplicativo, e Bolsonaro estava lá no fundinho da sala, vermelho, suando, com aquela cara de “podia estar pescando, né”, eu gargalhava. Não pela desgraça em si — que é de doer —, mas pelo talento que o povo brasileiro tem de transformar tragédia institucional em entretenimento de altíssimo nível.

Mas nada, absolutamente nada, supera o momento protagonizado pelo advogado do general Heleno. O homem pediu pra adiar o depoimento de hoje, alegando que a agenda estava “muito corrida”. Motivo? Não ia dar tempo de deixar o general em casa, depois ir pra casa dele e ainda jantar.

Eu juro. JANTAR. A República em frangalhos, e o problema é o filé com arroz branco que podia esfriar. A democracia em cheque, e o dilema era o horário da janta.

É claro que os deuses da internet não perdoaram. Em questão de minutos, já tinha meme, piada, vídeo com trilha sonora dramática e até música inspirada no drama do “general que precisa ser deixado em casa antes do jantar do advogado”. O Brasil é esse lugar maravilhoso onde a gente vai da CPI ao karaokê em segundos.

Então, sim, eu tô acompanhando tudo. Tô indignada, tô chocada, mas também tô dando risada. Porque se tem uma coisa que a tentativa de golpe não vai me tirar é o bom humor.