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Lá vamos nós

Vergonha alheia… quem nunca teve por um momento?

Publicado

Autor/Imagem:
Tania Miranda - Foto Francisco Filipino

Somos seres sociáveis, vivemos em grupos e, de certa forma, compartilhamos os mesmos ideais. Muito do que vivenciamos só é possível por mantermos essa conexão com nossos semelhantes, embora cada um viva a sua realidade…

Sim, embora vivamos inseridos em um círculo social, somos seres únicos, e agimos de forma independente da de nossos semelhantes. Podemos até tomar algumas atitudes que lembram o lugar comum da sociedade. Mas sempre com nossa assinatura individual… Seguimos religiosamente todos os dogmas e parâmetros do grupo em questão. Dentro de nossas limitações, cuidamos de nossa parte com todo zelo e carinho…

São várias as normas que nos passam, sem se perguntar se são aplicáveis ou não. Simplesmente nos jogam no colo um rol de medidas que devem ser seguidas, sem se importar com nada além do cumprimento dos deveres a que todo cidadão (e cidadã) está subordinado…

Claro que essas normas variam de acordo com o gênero. Algumas regras são de cunho geral, mas aquelas que tratam de um foro mais íntimo são enviadas a cada um de acordo com seu sexo… são regras pétreas que, embora não escritas, por todos devem ser obedecidas, sob pena de serem proibidos de participar de qualquer atividade grupal…

Como sabem, somos divididos em dois grupos primitivos. Masculino e Feminino. Sendo o Masculino a classe dominante, e o Feminino, a dominada. E ao recebermos nossa denominação é esperado que nossas atitudes correspondam ao papel a nós designados… há atividades restritas aos homens e outras especificas para as mulheres. Mesmo que esse quadro não corresponda à realidade que vivemos, é esperado das mulheres que sejam gentis, recatadas… e para que não tenha perigo delas fugirem desse script, são vigiadas de perto do seu nascimento até suas bodas…

Os rapazes não tem um destino muito diferente. Embora teoricamente sejam livres, essa liberdade vai até a página dois. Há uma série de restrições a eles impostas, que jamais devem ser desrespeitadas. A principal é sua aspereza. Quanto mais bruto for, mas macho será considerado. E os homens dão muito valor para esse tipo de apreço… a maioria, pelo menos…

Quando reunidos em bandos costumam falar de suas aventuras amorosas, contando vantagens sobre como agiram junto às garotas… estão sempre por cima, sempre certeiros em seus prognósticos. Nunca falham, estão sempre à frente de qualquer situação… ao menos em suas histórias…

E é justamente nesse ponto que muitos passam pela famosa “vergonha alheia”… e o que viria a ser isso, afinal? Bem, “vergonha alheia” é um termo usado para descrever o constrangimento que sentimos quando presenciamos alguém em uma situação constrangedora… e essa pessoa não se dá conta de tal situação. É como se a gente se projetasse no lugar da pessoa em questão… ficamos imaginando como agiríamos se estivéssemos no lugar da tal pessoa…

E como isso acontece? Simples… quer dizer, nada é simples, mas… lá vamos nós….

Quando percebemos que alguém, mesmo sem querer, está se expondo a uma situação por nós considerada ridícula, sentimos a tal da “vergonha alheia”. Nossa habilidade empática ativa áreas do cérebro que são as mesmas de quando temos empatia com alguém que tenha se machucado e esteja sentindo dor física ou moral… sentimos a “dor da vergonha” de outra pessoa, mesmo que ela não tenha ciência de sua imperfeição. A vergonha alheia pode ser comparada com “compaixão”, em alguns casos… e podemos até mesmo agir com objetivo de minimizar a dor da pessoa que está gerando tal situação…

Ninguém está livre de passar por uma situação constrangedora… não para a própria pessoa, que muitas vezes nem percebe o que ocorre a sua volta, mas para aqueles que estão a sua volta e sentem uma sensação de embaraço, de desconforto, pela ação da outra… é uma situação na qual, mesmo não estando diretamente envolvidas, nos sentimos deslocadas, como se estivéssemos no centro dos acontecimentos… diria que esta sensação incômoda seria uma maneira de aprendermos o que não fazer, uma forma de evitarmos cometer aquele tipo de erro no futuro…

Sim, nos sentimos constrangidas por uma situação que foge de nosso controle… e o pior é que nem podemos fazer nada, visto que o próprio agente causador da situação não se dá conta da situação pela qual está passando nem a reação que causa nas pessoas a sua volta… mas assim é a vida, não é mesmo?

Como evitar tal situação? Simplesmente não é possível, visto que não temos como prever a reação de cada elemento na caminhada por esse plano. Só nos resta prestar nossa solidariedade a estes, e torcer para que não sejamos nós a causar esse mal estar em outros no futuro…

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