Sou tua
Vertigens do Desejo
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Sob o véu líquido que desliza em minha pele,
fecho os olhos e sinto não é água,
mas teus lábios em carícias sutis,
despertando em mim o arrepio da lembrança.
A corrente morna que me envolve
é tua respiração em meu pescoço,
sussurrando segredos em minha alma,
como brisa que invade janelas entreabertas.
Teus braços, invisíveis, me envolvem como lianas,
e tua mão, jardineiro de instintos,
toca minha flor em plena primavera,
colhendo o orvalho que brota do desejo.
O calor que nasce em mim é magma,
um vulcão de vontades que não se contêm,
e explode em silêncio,
num universo onde só nós existimos.
Mesmo em pensamento, sou tua
e te faço meu, inteiro, sem reservas,
num êxtase que transcende o tempo,
onde o amor é delírio e também redenção.
Ter-te é sonho que não dorme,
é chama que arde mesmo à distância,
é poema que se escreve em meu corpo
toda vez que a saudade me toca.