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Lembrança

Vestígios do Toque

Publicado

Autor/Imagem:
Luzia Couto - Foto Francisco Filipino

As carícias que um dia repousaram em mim
tinham a leveza das nuvens ao entardecer,
teus gestos eram brisas que sabiam
preencher os espaços que tua ausência deixou,
misturando-se ao silêncio
que ecoa na minha saudade.

Não sei se toco teu rosto
naquela imagem onde teu sorriso
parecia conversar com a luz,
e minha dor se dissolvia
na alegria que teus olhos ofereciam
aos meus dias partidos.

Olhava-te no cristal dos meus devaneios,
fragmentados por lágrimas
que escorriam como chuva sobre o tempo,
molhando a fotografia
que ainda pulsa em minhas mãos.

Mesmo após tua partida,
continuas sendo o farol dos meus desejos,
o sussurro que cintila como estrela
e acalma a escuridão que habita
meu destino errante.

Nosso amor foi um cometa:
intenso, breve, eterno em sua passagem.
Tua presença foi chama curta,
mas nesse instante suspenso,
nosso amor brilhou como se fosse infinito.

Talvez eu não tenha te amado
como o coração desejava,
não te ofereci a ternura que se perdeu
nas dobras do tempo.
Hoje, sinto o frio dos sentidos
que choram em silêncio
pela tua ausência.

A esperança se dissolveu,
como névoa que abandona os sonhos.
Agora, só resta tua figura
flutuando na penumbra dos meus olhos.
E eu, feito sombra,
me deito no vazio que tua partida deixou,
para sentir, quem sabe,
o sopro gelado da tua lembrança.

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